Identificação de Riscos: Avaliando o Ambiente para Evitar Perigos

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Como sempre destacamos por aqui, o principal objetivo da SST é manter os trabalhadores seguros e protegidos quando estão expostos aos riscos ocupacionais, mas como eliminar e controlar os riscos sem conhecê-los? Para isso, a identificação e caracterização de riscos no ambiente de trabalho é uma atividade que contribui na prevenção de acidentes de trabalho e reduz a exposição a perigos ou fontes de risco ocupacional.

Adotar medidas de segurança nos ambientes de trabalho é primordial em todas as empresas. Neste caso, as medidas devem ser adequadas para controlar e prevenir a exposição aos riscos ocupacionais e para aumentar a eficácia é necessário que todas as fontes sejam identificadas. A identificação de riscos é o primeiro passo para melhorar a segurança e saúde do trabalho.

Pensando na necessidade de saber mais sobre como realizar uma boa identificação de riscos e descrever os impactos da avaliação dos ambientes de trabalho na segurança e saúde do trabalhador, preparamos este artigo para falar um pouco mais sobre este assunto tão importante, acompanhe a seguir.

O que é a Identificação de Riscos?

A identificação de riscos ocupacionais é um processo de análise do ambiente de trabalho e avaliação das atividades realizadas pelos trabalhadores. O principal objetivo é descrever perigos e possíveis lesões ou agravos à saúde dos trabalhadores ou indicação dos grupos de trabalhadores sujeitos a esses riscos.

Com a caracterização das atividades do ambiente de trabalho, a identificação das fontes ou circunstâncias, a descrição de riscos gerados pelos perigos e identificação dos trabalhadores é possível relacionar as medidas de prevenção e controle de riscos ocupacionais que devem ser implementadas e avaliadas frequentemente pelos profissionais da área de Segurança e Saúde do Trabalho (SST).

Por exemplo, ao identificar um quadro de distribuição de energia elétrica na empresa com fios desencapados, disjuntores com sobrecarga, faltou instalar o interruptor diferencial residual (IDR) e/ou está instalado em um local inadequado é possível avaliar que as condições do equipamento caracterizam perigos para o trabalhador sofrer um acidente de trabalho como, por exemplo, uma descarga elétrica.

Quais são os riscos presentes nos ambientes de trabalho?

Nos ambientes de trabalho podem existir diversas fontes com o potencial de causar lesões ou agravos à saúde dos trabalhadores e estas fontes podem ser divididas ou classificadas em 5 categorias de riscos ocupacionais:

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Riscos Físicos: Riscos que precisam do ar como meio de condução para se propagar e dependem do contato direto com o trabalhador como, por exemplo, o ruído no ambiente de trabalho;

Riscos Químicos: Riscos que tratam da probabilidade do trabalhador ser exposto a um agente químico, a gasolina por exemplo é um risco químico por ter o benzeno em sua composição;

Riscos Biológicos: Se trata da possibilidade de um trabalhador entrar em contato com algum agente biológico patogênico, podendo ser vírus, bactérias, fungos e protozoários;

Riscos Mecânicos: São os riscos relacionados com a falta de organização, limpeza e de procedimentos de SST, o risco de uma ferramenta cair em alguém é um exemplo;

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Riscos Ergonômicos: São aqueles que surgem quando um trabalhador realiza sua função e/ou utiliza seus instrumentos em condições inadequadas, ficar sentado em postura inadequada, por exemplo.

Como fazer a identificação de riscos?

Uma identificação de riscos completa deve ser contínua e possuir diversas abordagens, sempre variando de acordo com o ambiente e a atividade realizada pelos trabalhadores.

Como a avaliação deve ser contínua, o primeiro passo a se considerar é analisar todos os dados já disponibilizados, como o LTCAT, Fichas de EPI, ASOs, APRs, etc., para que você já tenha uma pré-orientação sobre a identificação dos riscos ocupacionais no ambiente de trabalho.

Após isso, outros passos devem ser tomados, agora você pode partir para:

  • Inspeções detalhadas de todos os ambientes de trabalho, olhando máquinas e equipamentos, organização, disposição de ferramentas, se existem EPCs instalados, sinalização adequadas, etc;
  • Analisar todos os trabalhadores nesses ambientes, ver como estão realizando as atividades, se estão usando os EPIs, se possuem treinamentos, etc; 
  • Realizar avaliações qualitativas e quantitativas de riscos identificados, se identificou um ruído, meça-o por dosimetria, se existe uma abertura no piso verificar se foi instalado um guarda corpos, defina o grau de risco usando, por exemplo a Matriz de Risco FMEA;
  • Dialogar diariamente com os trabalhadores sobre os níveis de exposição as fontes de perigo e realize um mapeamento sobre os processos industriais que são executados no local de trabalho; 
  • Identificar os perigos que podem ocorrer durante uma emergência previsível ou imprevisível, todos os ambientes devem ter planos de emergência;
  • Avaliar se os ambientes e atividades executadas estão de acordo com as Normas Regulamentadoras (NRs);

Após toda a identificação de riscos ter sido realizada, documente tudo detalhadamente, o ideal é que sejam realizados relatórios, podendo ser diários, semanais ou mensais dependendo do ambiente de trabalho. Nos relatórios adicione fotos e análises qualitativas na intenção de priorizar os riscos mais graves para que eles sejam mitigados primeiro.

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A identificação de riscos passa por todos os passos que destacamos anteriormente e torna-se um procedimento importante para documentar o desempenho da SST da empresa. Além disso, é uma atividade que deve ser realizada de diversas formas e envolve vários procedimentos de SST, por exemplo, AETs e AEPs, APRs, o PGR, LTCAT, etc.

Como os procedimentos não são tão rotineiros e o processo deve ser contínuo, o ideal é aliar eles à auditorias de segurança. Por exemplo, como falamos no início deste tópico, o primeiro passo é analisar o histórico da SST na empresa e após isso criar uma rotina de inspeções que se mantenham para que os riscos sejam constantemente atualizados e sempre mitigados.

Finalmente, você deve considerar a inevitabilidade de que as condições possam mudar e novos perigos possam aparecer. Isso significa criar procedimentos e modelos para investigar incidentes inesperados, identificar e treinar funcionários para conduzir  investigações, decidir sobre uma análise de causa raiz e decidir como lidar com as descobertas.

Todo procedimento é trabalhoso e pode tomar tempo, porém, hoje em dia já existem sistemas que te auxiliam neste processo, o OnSafety por exemplo possui um módulo de inspeção que serve justamente para estas auditorias, com tudo realizado no ambiente de trabalho usando o APP OnSafety, registrando e documentando tudo com agilidade e gerando relatórios automaticamente.

A importância de transformar a identificação de riscos em algo contínuo

É muito comum que empresas realizem apenas um PGR ou LTCAT e considerem que já está tudo certo pois os riscos foram identificados. Porém, um ambiente de trabalho é dinâmico e novos riscos podem surgir todos os dias, além de que medidas de segurança podem se tornar ineficazes com o tempo.

Transformar essa identificação de riscos em rotina é crucial para a manutenção de uma cultura de SST. Dessa forma, qualquer risco que surgir já será documentado e evitado rapidamente, mantendo o ambiente seguro e saudável.

A segurança e saúde dos trabalhadores é primordial para todas as empresas e para que elas se mantenham em dia, todos os riscos devem ser eliminados e controlados. A identificação de riscos salva vidas, mantém uma empresa produtiva e evita autuações, embargos ou interdições.

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