Riscos Ocupacionais: conheça quais são e como evitá-los

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A Cultura de Segurança do Trabalho é a base para garantir um ambiente de trabalho seguro e para melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores. Para o desenvolvimento e a implantação da Cultura de Segurança e evitá-los é necessário a avaliação, controle, monitoramento e o desenvolvimento de ações preventivas de Segurança e Saúde do Trabalho.

Todos os trabalhadores são expostos a situações inseguras, perigos ou riscos diariamente e para evitá-los ou reduzir os níveis de exposição é necessário conhecer os riscos ocupacionais relacionados com os diferentes agentes de exposição inerentes as operações industriais ou atividades executadas pelos trabalhadores.

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Os níveis de exposição devem ser devidamente identificados, classificados e prevenidos, conforme recomendações e requisitos estabelecidos pelas Normas Regulamentadoras (NR’s) 09 – Avaliação e Controle das Exposições, 15 – Atividades e Operações Insalubres e a agência americana ACGIH.

Levando em conta que a Segurança e Saúde do Trabalho (SST) é extremamente importante para empregadores e, principalmente, para os colaboradores, apresentamos neste artigo as características dos riscos ocupacionais e, principalmente, as ações preventivas para proteger os trabalhadores dos níveis elevados de exposição.

Quais são os riscos ocupacionais?

Risco é considerada qualquer situação de algum elemento (máquinas, produtos químicos, ruído etc.) ou circunstância (excesso de horas de trabalho, falta de uso de EPI’s, EPC’s, layout, atitudes inadequadas, etc.) existente relacionada com um processo ou ambiente de trabalho que possa causar dano à saúde, seja por meio do acidente de trabalho, doenças ocupacionais ou pelo sofrimento social ou psicológico dos trabalhadores, ou ainda por poluição ambiental.

Os riscos podem ser provenientes de ruídos, vibrações, temperatura, vapores, iluminação, seres vivos, instrumentos de trabalho, postura inadequada, dentre diversos outros agentes causadores. E, é papel dos profissionais de SST estabelecer políticas, programas ou medidas preventivas eficazes para eliminar ou reduzir os limites de exposição dos trabalhadores.

A Secretaria de Inspeção do Trabalho divide os riscos ocupacionais em 5 tipos ou categorias que são definidas conforme os agentes causadores, fontes geradoras e/ou meios de propagação, conforme, segue:

Riscos Físicos

São todos os riscos que precisam do ar como meio de condução para se propagar, diferentemente dos biológicos e químicos, que dependem do contato direto do trabalhador. Neste caso, os Riscos Físicos são por si só os agentes causadores como, por exemplo:

Riscos Químicos

O Risco Químico é um tipo de risco ambiental (aquele que o trabalhador é exposto no ambiente de trabalho), tal qual os físicos e biológicos, porém o risco químico trata da probabilidade da exposição do trabalhador à agentes químicos, que geralmente são danosos à nossa saúde.

Os agentes químicos que podem ser sólidos, líquidos e gasosos são divididos de acordo com seus efeitos, sendo que os mais comuns são:

  • Agentes asfixiantes;
  • Agentes anestésicos;
  • Agentes tóxicos;
  • Agentes cancerígenos.

Riscos Biológicos

O Risco Biológico se trata da possibilidade de um trabalhador entrar em contato com algum agente biológico patogênico. A seguir, destacamos os principais danos causados à saúde do trabalhadores por agentes biológicos, comumente, presentes nos ambientes de trabalho (hospitais, laboratórios clínicos, fazendas, canteiros de obras, entre outros):

  • Bactérias: Podem causar desde uma infecção alimentar a até mesmo doenças graves como pneumonia, tuberculose e meningite.
  • Vírus: Causam nos trabalhadores desde simples resfriados a doenças como, hepatite, sarampo, caxumba e em casos mais extremos, doenças pandêmicas como HIV, Ebola e a nova COVID-19.
  • Fungos: Os fungos existentes no ambiente de trabalho podem ser causadores de micoses, candidíase, dentre outros tipos.
  • Protozoários: Os protozoários existentes no ambiente de trabalho podem causar desde problemas no intestino a doença de chagas.

Riscos Ergonômicos

Os Riscos Ergonômicos são aqueles que surgem quando um trabalhador realiza sua função e/ou utiliza seus instrumentos em condições inadequadas, situações que podem evoluir para diversos problemas de saúde, como:

  • Lesão por Esforço Repetitivo (LER);
  • Estresse;
  • Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORTs);
  • Surdez (Temporária ou permanente).

Riscos Mecânicos

Os Riscos Mecânicos são os riscos relacionados com a falta de organização, limpeza, procedimentos operacionais e Segurança e Saúde Ocupacional (SSO) no ambiente de trabalho e manutenção dos equipamentos, máquinas e/ou ferramentas utilizadas, geralmente existindo por falta de manutenção, treinamento e/ou por uso inadequado dos mesmos.

Os riscos mecânicos são provenientes de agentes mecânicos, sendo os principais e mais comuns:

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  • Arranjos físicos deficientes;
  • Maquinários e equipamentos sem a proteção adequada;
  • Ferramentas inapropriadas ou com problemas;
  • Instalações elétricas precárias;
  • Risco de queda;
  • Risco de incêndio e explosão;
  • Animais peçonhentos;
  • Armazenamento inadequado.

Avaliação dos Riscos Ocupacionais

Para que os riscos ocupacionais possam ser amenizados ou anulados nos ambientes de trabalho é necessário que os profissionais da área de Segurança e Saúde Ocupacional os identifiquem e classifiquem, conforme requisitos e métodos definidos pelas NR’s. A identificação e classificação é realizada por meio das avaliações qualitativas e quantitativas, dependendo de qual risco se trata.

Qualificação: A qualificação consiste em verificar a existência do risco. Simplificando, a qualificação é identificar se há risco no ambiente e qual risco é este.

Quantificação:  Ao identificar é necessário quantificar o risco, ou seja, medir a intensidade ou concentração do agente no ambiente de trabalho, por exemplo, ao ser identificado o risco ocupacional do ruído, a intensidade deste ruído é medida em decibéis. Parâmetro que é usado para referência do nível de exposição dos trabalhadores e adotar medidas preventivas relacionadas com os EPI’s, rotinas de trabalho, intervalo de descanso, periodicidade dos exames, entre outras.

A quantificação é necessária, pois dependendo do risco, ele só se torna prejudicial quando a concentração/intensidade estiver acima dos limites permitidos, fato que configura um ambiente de trabalho insalubre.

Neste contexto, uma efetiva gestão da Segurança e Saúde Ocupacional é necessária na organização. É uma mudança que demanda o apoio dos profissionais da SST e a adoção de uma visão de Gestão de Riscos Ocupacionais (GRO).

O GRO é um processo que busca eliminar os riscos a partir do levantamento dos perigos, a avaliação dos riscos ocupacionais e os impactos ou nível de risco, a implantação de ações preventivas, o monitoramento e controle dos riscos e dos níveis de exposição do trabalhador. Além disso, aprender e revisar as medidas adotadas a partir dos eventos de acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais registradas.

Visão Geral da Avaliação dos Riscos Ocupacionais

O processo de avaliação dos riscos ocupacionais passa pelas atividades previstas nas Normas Regulamentadoras NR 01 – Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais, NR 09 – Avaliação e Controle das Exposições Ocupacionais a Agentes Físicos, Químicos e Biológicos, NR 15 – Atividades e Operações Insalubres, NR 16 – Atividades e Operações Perigosas, entre outras, assim como, pela análise dos limites de tolerâncias definidos pela ACGIH – American Conference of Governmental Industrial Higyenists.

O ideal é que os trabalhadores não fiquem expostos a nenhum tipo de risco durante a jornada de trabalho, porém, em diversas ocupações não há como eliminar os riscos por completo e é nestes casos que a prevenção se vê extremamente necessária.

Como prevenir os riscos ocupacionais?

Toda a Segurança do Trabalho gira em torno da prevenção dos riscos ocupacionais. Ao identificar os perigos e realizar as avaliações, as medidas preventivas precisam começar a serem adotadas, de acordo com o tipo de risco identificado.

Por exemplo, ao ser identificado um agente patológico que pode ser propagado pelo ar, máscaras devem ser adotadas; ao identificar o risco de um trabalhador se cortar em uma serra, o uso de luvas deve ser adotado e assim por diante.

No geral, podemos considerar toda prática usada para evitar acidentes de trabalho como medidas preventivas a riscos ocupacionais, pois no fim, se os riscos não forem amenizados por meio de prevenção, eles podem evoluir para acidentes.

Os principais e mais eficientes meios de prevenção, são a eliminação dos riscos com o uso da Engenharia, a implantação de medidas coletivas de proteção (EPC’s), medidas administrativas que ajustem jornada de trabalho, o uso de EPI’s, treinamentos, eventos para conscientização como a SIPAT e o DDS, cuidados ergonômicos, fora diversos outros meios indicados pela equipe do SESMT e do PCMSO.

Todas as informações reunidas sobre os riscos ocupacionais, assim como, os procedimentos de prevenção adotados, controle (exames médicos, inspeções, Ordens de Serviços, etc.) e ações de melhoria (treinamentos, inspeções de SST, eliminação dos riscos, EPC’s, EPI’s, etc.) que garantam mais segurança e saúde aos trabalhadores devem fazer parte do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR).

A inspeção das condições ambientais, a definição dos procedimentos, a implantação das medidas de prevenção, entre outros requisitos do PGR podem ser desenvolvidos e implantados com o uso da nossa tecnologia OnSafety. O futuro da Segurança e Saúde Ocupacional (SSO) está sendo construído e apoiado na digitalização e automatização das decisões que os profissionais da área devem tomar sobre a prevenção dos riscos ocupacionais.

O Gerenciamento dos Riscos Ocupacionais deve atender os requisitos normativos, a legislação trabalhista, garantir a agilidade na implantação de medidas preventivas, estar alinhado com a estratégia de produção da empresa e, principalmente, ser efetivo na preservação da qualidade de vida do trabalhador. Fatores que levam a melhorar o desempenho da SSO e estabelecer uma Cultura de Segurança do Trabalho.