Por que Ocorre a Queda de Altura do Trabalhador?

Prevenção de Acidentes de Queda de Altura na Construção Civil

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Não é novidade que a queda de altura é um dos acidentes de trabalho que mais ocorre na construção de grandes obras, edíficios, geração e distribuição de energia elétrica e telecomunicações, etc. E, para eliminar esse tipo de acidente é necessário entender porque a queda de altura do trabalhador ocorre nos Canteiros de Obras.

O Observatório de Segurança e Saúde do Trabalho estratifica que, entre 2018 e 2022, apenas na Construção de Edifícios, foram registrados mais de 7.370 quedas de trabalhadores. É um acidente de trabalho, muitas vezes fatal, que ocorre frequentemente entre os trabalhadores que atuam como serventes de obras, pedreiros, montadores de estruturas metálicas, eletricistas, soldadores, carpinteiros, pintores de obras, entre outros.

Para evitar acidentes do trabalho em altura é necessário implantar um programa efetivo de gerenciamento de riscos (PGR), emitir a Permissão de Trabalho em Altura (PTA), instruir o trabalhador sobre o uso da Ordem de Serviço de Segurança (OS), a Análise Preliminar de Risco (APR), o controle efetivo do uso de EPC’s e inteligente de EPI’s, entre outras ações preventivas.

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A seguir, destacamos 4 motivos que contribuem com a queda de altura dos trabalhadores da Construção Civil e descrevemos o que podemos fazer para evitar esse tipo de acidente de trabalho. São informações adaptadas e extraídas da reportagem publicada sobre o tema na edição de maio de 2024 da revista Safety+Health.

4 Motivos da Queda de Altura do Trabalhador

1. Falta Tempo para Dialogar sobre Segurança do Trabalho

Evitar o acidente do trabalho e eliminar o risco ocupacional deve ser a prioridade em qualquer processo ou atividade que o trabalhador executa. Entretanto, em diversos ambientes de trabalho outros fatores como, por exemplo, a produtividade, a eficiência, o prazo para concluir o cronograma, a redução de custos, entre outros, reduzem o tempo para dialogar e analisar a Segurança do Trabalho.

Para criar uma cultura de prevenção entre os trabalhadores sobre a Queda de Altura é necessário promover um ambiente de trabalho seguro, adotar práticas efetivas de Segurança e Saúde do Trabalho e implantar ações preventivas que qualifiquem os trabalhadores.

Neste caso, é fundamental conscientizar também os contratantes que será necessário investir recursos financeiros e tempo na segurança do trabalhador. Entre as principais ações que podem ser implantadas pelas empresas se destacam:

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2. Deixar de Usar o EPC e EPI Durante a Execução das Atividades

A pesquisa realizada pela CPWR (The Center for Construction Research and Training), envolveu 495 pessoas que investigaram ou presenciaram um acidente de queda de altura. Os resultados demonstraram que nos ambientes de trabalho que são exigidos procedimentos adequados de proteção contra quedas de altura tem-se uma maior percepção da segurança do trabalho.

A pesquisa indica que simplesmente disponibilizar e controlar o procedimento de entrega de EPI’s para os trabalhadores é insuficiente para evitar os acidentes de trabalho. É necessário treinar e monitorar o uso dos EPI’s obrigatórios para que as atividades sejam realizadas de uma forma segura. E, para a seleção do EPI, é importante considerar os fatores de risco, eficiência, limites de uso, o conforto, a carga aplicada e o respectivo fator de segurança, em caso de eventual queda.

Critérios para a Seleção de EPI’s – Fonte: CBIC (2017).

Para garantir a segurança do trabalhador é necessário projetar e instalar Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC’s) como, por exemplo, rede piso a piso, bandeja e tela de fachada, andaime fachadeiro, balancim, linha de vida, guarda-corpo, etc. E, em nenhuma hipóteses o trabalhador deve deixar de usar os EPC’s e EPI’s durante a execução das atividades.

3. Não Dar Importância ao Trabalho em Altura

O uso de dispositivos que aumentam a segurança dos trabalhadores e reduzem a probabilidade do acidente de trabalho deve ser priorizado nos Canteiros de Obras. É fundamental que nos locais sejam instalados guarda-corpos, redes segurança e sistemas individuais de prevenção de quedas como, por exemplo, linhas de vida.

A linha de vida é um sistema de proteção contra quedas que consiste em um cabo ou corda, horizontal ou vertical, ao qual o trabalhador se conecta por meio de um equipamento de ligação (mosquetão do cinturão de segurança) com o talabarte ou o trava-quedas.

É uma instalação que protege o trabalhador quando atua em altura e deve ser inspecionada frequentemente e passar por uma Análise de Risco, verificando os pontos de ancoragem, qualidade e registro do talabarte (C.A.), manutenção da corda e cabo de aço, entre outros dispositivos usados pelo trabalhador.

4. Deixar de Elaborar a Análise Preliminar de Risco

Além do planejamento das tarefas do trabalho em altura é necessário conduzir inspeções diárias do local de trabalho. Deve ser elaborado um projeto de proteção contra quedas e um plano emergencial de resgate contra quedas. Aspectos que devem ser projetados a partir de uma Análise Preliminar de Riscos (APR) detalhada elaborada por um profissional habilitado da Segurança do Trabalho.

Quando são registrados incidentes e acidentes de trabalho de Queda de Altura do trabalhador é necessário realizar uma investigação detalhada dos eventos que antecederam ao acidente de trabalho, assim como, analisar os sistemas que falharam e aspectos comportamentais dos trabalhadores que podem ter provocado a queda de altura. Informações que devem ser reunidas e utilizadas para prevenir a Queda de Altura.