
Observa-se que cada vez mais as indústrias buscam implantar uma Cultura de Segurança do Trabalho ou simplesmente uma safety culture que reduza a frequência e a probabilidade de acidentes de trabalho, assim como, os níveis de exposição aos riscos ocupacionais.
No próximo item é definido o conceito e destacamos as principais características da Cultura de Segurança do Trabalho, fundamentais para melhorar a qualidade de vida e garantir o bem-estar dos trabalhadores nos ambientes de trabalho.
Como Definimos a Cultura de Segurança do Trabalho?
O termo safety culture apareceu pela primeira vez em 1987, quando ocorreu o acidente da Usina Nuclear de Chernobyl (Ucrânia), considerado um dos piores acidentes em termos de mortes de trabalhadores e custos operacionais, e que 35 anos depois ainda são contabilizados ou associados ao desastre.
A partir dessa data diversas agências e pesquisadores vem contribuindo com estudos para definir e caracterizar a cultura de segurança em um ambiente organizacional. Os avanços científicos do conceito e os fundamentos introduzidos nos ambientes de trabalho ajudam a definir a Cultura de Segurança do Trabalho como:
“um conjunto de valores presentes na organização que quando associados as Normas de Segurança do Trabalho, com o treinamento dos trabalhadores, as atitudes das lideranças na indústria, o uso de práticas sociais de comunicação, integração, valorização etc. e com técnicas de avaliação, inspeção e sistemas de avaliação minimizam a exposição dos stakeholders (trabalhadores, gerentes, fornecedores, prestadores de serviço, clientes etc.) às condições consideradas perigosas e/ou prejudicais a saúde.”
Para introduzir a cultura de segurança é fundamental compreender o ambiente de trabalho, formar um comitê gestor da segurança do trabalho, avaliar os riscos ocupacionais, implantar o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) e monitorar por meio de indicadores de desempenho a Segurança do Trabalho.
6 Passos para Implantar a Cultura de Segurança do Trabalho
A Cultura de Segurança do trabalho é introduzida com o cumprimento dos requisitos de Normas de Segurança do trabalho e com atitudes de liderança dos Profissionais da Segurança do Trabalho e outros gestores no ambiente de trabalho.
Para implantar a Cultura de Segurança do Trabalho recomendamos 6 Passos:
- Criar uma política ou sistema de gestão de segurança do trabalho que reflita os valores e princípios organizacionais;
- Desenvolver atividades para que os trabalhadores se envolvam com rotinas ou práticas de segurança do trabalho;
- Estabelecer um programa de formação contínua dos trabalhadores e gestores da empresa;
- Fornecer informações sobre os riscos que são expostos os trabalhadores e os mecanismos adequados para diminuir a exposição ou atitudes de prevenção de acidentes de trabalho;
- Construir um plano de ações preventivas e proativas para a segurança do trabalho. E manter sempre atualizado um plano de controle para emergências ou acidentes de trabalho;
- Informar e fornecer um feedback sobre ações tomadas e resultados da organização com a segurança do trabalho.
Para implantar a Cultura de Segurança do Trabalho também é importante incluir os trabalhadores, diretores, clientes e fornecedores na segurança do trabalho. Além disso, recomendamos um conjunto de práticas que garantem o desenvolvimento e consolidação da Cultura de Segurança do Trabalho.
Toolkit para a Cultura de Segurança do Trabalho
Entre os requisitos gerenciais para introduzir a Cultura de Segurança do trabalho em indústrias são destacados:
- Formar um comitê gestor da segurança do trabalho;
- Estabelecer canais de comunicação com todos os trabalhadores e gestores;
- Formar uma Equipe de Segurança do trabalho experiente;
- Enfatizar o treinamento dos trabalhadores;
- Conduzir atividades sistemáticas nos ambientes industriais,
- Elaborar periodicamente relatórios sobre a segurança do trabalho para os tomadores de decisão.
A Cultura de Segurança do Trabalho também é apoiada em tecnologias que integrem os requisitos normativos, promovam a análise do ambiente de trabalho e agilizem a comunicação entre os gestores e profissionais da área de Segurança do Trabalho, gerando relatórios de situações de riscos, indicadores de desempenho e informações sobre a segurança e saúde do trabalhador.
Referências
COOPER, M.D. Towards a model of safety culture. Safety Science, v.36, 2000, p.111-. 136.
COX, S.; TOMÁS, J.M.; CHEYME, A.; OLIVER, A. Safety Culture: The Prediction of Commitment to safety in the Manufacturing Industry. British Journal of Management, v.9, Special Issue, p.3-11, Set., 1998.
FERNÁNDEZ-MUÑIZ, B.; MONTES-PEÓN, J.M., VÁZQUES-ORDÁS, C.J. Safety Culture: Analysis of the causal relationships between its key dimensions. Journal of Safety Research, v.38, p627-641, 2007.
OIT. Diretrizes sobre o Sistema de Gestão e Segurança do Trabalho. São Paulo: Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho, 2005. Acesso em: 25/01/2017. Acesse aqui.
WARMUZIRI, S. Safety Culture in the Construction Industry. Proceedings of the Institution of Civil Enginers, v.ME3, p.167-174, Set., 2006.