Cuidados para evitar queda com diferença de nível

proteção contra queda

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Os Dados do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho (Smartlab), demonstram que a Queda de Altura prevalece entre os 10 maiores grupos de agente causadores de acidentes de trabalho no período de 2012 a 2017. Apenas em 2016 e 2017, a Queda de Altura provocou o registro de 28.576 e 26.847 CAT’s (Comunicação de Acidentes de Trabalho), respectivamente e no período foram notificadas 313 mortes acidentárias.

Com essas informações é possível estimar que nas indústrias ocorre 1 acidente por causa da Queda de Altura a cada 18 min. 56s. e infelizmente 1 morte a cada 2 dias 6 horas e 54 min. As plataformas elevadas, escadas e/ou andaimes são os principais equipamentos ou locais de trabalho que expõe o trabalhador aos riscos de acidentes do trabalho em altura, isto é, os realizados a 2 m acima do piso.

mapa de acidentes
Geolocalização dos Acidentes de Trabalho Relacionadas com a Queda de Altura
Período 2016/2017. Fonte: Smartlab (2018).

Causas de queda com diferença de nível no ambiente de trabalho.

Algumas das principais causas de queda com diferença de nível no ambiente de trabalho são:

  • Desorganização e/ou falta de limpeza no local.
  • Falta ou uso inadequado de Equipamentos de Proteção Individual (EPI).
  • Ausência de manutenção ou utilização de equipamentos defeituosos.
  • Descumprimento dos procedimentos que antecedem o início da atividade.
  • Negligência, improvisações e falta de sinalização dos riscos.
  • Falta de orientação e treinamento de profissionais especializados.
  • Desconhecimento sobre os riscos no local de trabalho tanto por funcionários quanto por empregadores; o que resulta em atos inseguros e condições inseguras que ocasionam os acidentes.

Procedimentos para evitar queda durante o trabalho em altura.

O planejamento do trabalho em altura deve considerar métodos para evitar e minimizar ao máximo os riscos de queda.

  1. Meios alternativos para execução da atividade sempre que possível, evitando o trabalho em altura propriamente dito.
  2. Medidas que eliminem ao máximo o risco de queda dos trabalhadores, na impossibilidade de exercer a atividade de outra forma.
  3. Medidas preventivas que minimizem as consequências de uma possível queda, quando o risco não puder ser eliminado.

Com base na NR 35, listamos 5 procedimentos básicos que devem ser observados para a execução de atividades em altura.

Os 5 procedimentos básicos:

  • Análise de Risco:  com base no ambiente e nas condições de trabalho, é um tipo de avaliação que vai especificar detalhadamente os requisitos para a execução da tarefa e as medidas de controle dos riscos existentes.
  • Avaliação Médica: contém a comprovação para aptidão do trabalhador, considerando patologias que poderão originar mal súbito, queda de altura e fatores psicossociais.
  • Treinamento: capacitação teórica e prática do trabalhador durante uma carga horária mínima de oito horas, com base nas normas e regulamentos aplicáveis ao trabalho em altura; contidas na NR 35.
  • EPCs e EPIs: fazer uso obrigatório de equipamentos de proteção coletivos e individuais como sistemas de proteção contra quedas, bem como observar os procedimentos de acesso ao trabalho por meio de cordas.
  • Permissão de Trabalho: no caso de trabalhos esporádicos, a atividade deve ser autorizada antecipadamente e conter os requisitos de segurança próprios para a realização da tarefa especificada.

Todas as especificações e detalhes de cada um destes procedimentos podem ser consultados na NR 35. Todo empregador deve manter-se atualizado e atento quanto às normas de segurança. Em caso de inconformidade, a empresa corre o risco de receber autuação e multas do Ministério do Trabalho.

É aconselhável realizar inspeções de segurança frequentemente e aproveitar oportunidades de conscientização como a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho (CANPAT); que neste ano, irá abordar assuntos e riscos relacionados com o trabalho em altura.

Queda de Nível é um dos temas da CANPAT 2018.

motivos de quedas

Desde abril de 2017, a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho (CANPAT) está abordando o tema adoecimentos e queda de nível. Isso decorre da necessidade de prevenir os acidentes de trabalho decorrentes da Queda do Mesmo Nível e Queda de Altura, que são dois grupos de agentes causadores que representam cerca de 19% dos acidentes de trabalho registrados no período de 2012-2017.

O objetivo é conter e minimizar o número de acidentes e doenças ocupacionais que causam prejuízos financeiros para a previdência e para o empregador e, principalmente, para o funcionário.

Só no ano passado, em média, foram registrados 539 afastamentos e 1.111 mortes relacionadas ao trabalho. Dentre os óbitos, cerca de 15 % foram ocasionados por motivo de queda de nível.

A CANPAT 2018 vai até novembro, onde o Ministério do Trabalho estará divulgando cartilhas e manuais explicativos para conscientização dos acidentes com diferença de nível no ambiente de trabalho e doenças laborais. Entre os principais temas que serāo abordados estão:

  • Trabalho em altura.
  • Manutenção em fachadas.
  • Conteúdo explicativo e consolidado sobre a NR 35.
  • Guia de Procedimentos da Inspeção do Trabalho (Manual de Fiscalização do Trabalho em altura e Manual de Fiscalização do PCMSO).
  • Adoecimento ocupacional, em geral.

Promova uma atmosfera no ambiente organizacional na qual os trabalhadores são conscientes sobre os riscos envolvidos no trabalho, participam do processo de prevenção e avaliação e evitam atitudes ou situações inseguras.

Veja também, quais são as principais características da cultura de segurança do trabalho que são fundamentais para melhorar os resultados da segurança e saúde do trabalho e integrar as ações preventivas com o dia-a-dia da empresa.

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