A Copa do Mundo é um evento que reúne milhões de pessoas e que movimenta economias de todos os continentes. Em 2022, algumas horas antes da abertura da Copa do Mundo no Catar começaram a circular diversas notícias sobre a quantidade de acidentes de trabalho que ocorreram com trabalhadores, a maioria imigrantes e que ajudaram a construir a infraestrutura disponível para a realização do Mundial.
A primeira reportagem que revelou o número de trabalhadores acidentados foi a do jornal britânico, The Guardian, em 2021, e destacou que na construção dos 7 estádios novos da Copa do Mundo e diversos projetos como, aeroportos, rodovias, sistemas de transportes no Catar, morreram 6.500 trabalhadores, principalmente, migrantes do sul da Ásia, desde que o país foi escolhido pela FIFA para sediar o evento.
Entre os principais fatores que são destacados como justificativas dos acidentes de trabalho fatais estão:
- a exposição dos trabalhadores as temperaturas elevadas do verão no Catar, que gera um estresse térmico do trabalhador no trabalho realizado a céu aberto;
- a quantidade excessiva de horas extras para avançar no cronograma de execução das obras;
- exigências de produtividade em ambientes de trabalho com risco elevado como, por exemplo, o trabalho em altura, transporte de materiais pesados, ambientes energizados, locais insalubres;
- falta de condições básicas do canteiro de obras como, por exemplo, a falta de água potável.
Em 2022, o jornal The Guardian, publicou outra reportagem sobre as condições dos trabalhadores que participaram da construção das obras. Reportagem que lista uma série de situações das condições que os trabalhadores foram expostos desde 2013 e destaca a falta de iniciativas da instituição organizadora da Copa do Mundo e dos Governos Locais para combater e eliminar os acidentes de trabalho.
Assim que a notícia começou a circular nos meios de comunicação e nas redes sociais surgiram questionamentos sobre a contagem dos trabalhadores que sofreram acidentes de trabalho fatal, sobre as fontes oficiais de dados utilizadas, o período de contagem utilizado, as certidões de óbitos utilizadas para a estatística, entre outros.
Mas, independente do tamanho da fatalidade registrada na construção das obras, o fato é que se um trabalhador perdeu a vida já seria um motivo suficiente para investigar as causas do acidente de trabalho e exigir políticas efetivas na área de SST aos países que são selecionados para sediar a Copa do Mundo.
Para evitar acidentes fatais no local de trabalho é necessário se antecipar aos desafios que surgem na construção civil. Ao eliminar esse tipo de fatalidade a FIFA e os Governos locais demonstram e valorizam a responsabilidade social, respeito aos direitos trabalhistas e preservam a vida do trabalhador. E, é sobre isso que vamos falar!
Prevenindo Acidentes com Trabalhadores
O valor dos investimentos realizados para preparar a infraestrutura de uma Copa do Mundo são elevados, geram oportunidades de emprego, a migração de trabalhadores em busca de oportunidades e ajudam a construir uma infraestrtura de serviços que beneficiam a população do país sede do evento.
No Brasil, em 2014, organizamos a Copa do Mundo e, em 2016, os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio de Janeiro. Foram dois megaeventos nos quais as obras das Olimpíadas do Rio registraram 11 acidentes fatais e nas obras da Copa do Mundo do Brasil foram relacionados diretamente 9 acidentes de trabalho fatais, números bem menores quando comparados com as estatísticas da Copa do Catar.
A análise da série histórica de acidentes fatais no país demonstra que, em 2021, ocorreram 2.487 acidentes fatais. Dados que indicam a necessidade de avançar com políticas mais efetivas e conscientizar as empresas, os trabalhadores e os profissionais que atuam em diversos setores econômicos sobre a inserção de práticas de proteção da saúde e segurança no local de trabalho.
Para reduzir as estatísticas dos acidentes de trabalho, principalmente, na construção de megaobras podemos listar um conjunto de ações:
- Estabelecer procedimentos para eliminar o trabalho em altura;
- Promover a integração cultural, social e garantir uma comunicação adequada com os trabalhadores;
- Inserir a tecnologia no processo de controle e monitoramento da SST no canteiro de obras;
- Promover práticas de SST na rotina das operações ou atividades executadas pelos trabalhadores;
- Identificar as fontes de riscos no canteiro de obras;
- Promover a proteção dos trabalhadores que executam atividades a céu aberto;
- Inspecionar e implantar os requisitos estabelecidos para a SST na NR – 18;
- Mapear no canteiro de obras os 4 acidentes graves e fatais mais comuns na construção civil;
- Promover Diálogos Diários de Segurança (DDS) entre os trabalhadores.
A Construtora Razente Melhorou A SST Em Seus Canteiros De Obra