Conheça os Tipos de Ruídos e Como se Proteger

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Em diversos tipos de ambientes de trabalho, a poluição sonora provoca um incomodo e gera um desconforto no trabalhador, só que além de um incômodo, os ruídos são riscos ocupacionais que podem prejudicar a saúde dos trabalhadores e para eliminar a fonte de risco e prevenir é fundamental conhecer quais são os tipos de ruído.

A poluição sonora é considerada um risco ocupacional no ambiente de trabalho que gera a perda auditiva do trabalhador. Em 2022, foram 565 trabalhadores que registraram a Perda Auditiva Induzida por Rúido (PAIR) e São Paulo é o Estado com maior número de notificações no período, cerca de 24% dos casos, conforme dados do SmartLab_br.

Estatísticas do SmartLab_br referentes ao período de 2018-2022 indicam que as principais atividades econômicas que mais registraram afastamento do tipo acidentário (B91) relacionados com a Categoria CID Auditivas, foram a de teleatendimento, com 18,6%, transporte rodoviário – 9,55% e postos de combustíveis – 2,51%, acumulando 37,7% do total.

Para proteger os trabalhadores e prevenir doenças e acidentes de trabalho é necessário conhecer mais sobre o ruído, também considerado um risco mecânico, conforme detalhado a seguir.

O que são ruídos?

Som ou ruído, é uma vibração audível do ar, sendo uma variação da pressão atmosférica a causa dessa vibração. Considerando que o ouvido humano é incapaz de perceber sons com frequências muito baixas (abaixo de 20 Hz – infrassom) ou frequências muito altas (acima de 20 KHz). Isto é, o ser humano consegue identificar os ruídos que estão entre estes valores.

E, o ruído ocupacional é qualquer som ou poluição sonora que prejudique a produtividade do trabalho e possa afetar a saúde dos trabalhadores. Neste sentido, as empresas e os profissionais da área da segurança do trabalho devem respeitar os limites de tolerância ao ruído previstos na NR 15.

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Quais são os tipos de ruídos ocupacionais?

Nos ambientes de trabalho é bastante comum encontrar ruídos difusos ou pontuais, de fontes específicas que aumentam a exposição do trabalhador e provocam o agravo da saúde. Em diferentes setores da indústria os trabalhadores estão sujeitos a exposições de três tipos de ruídos ocupacionais:

  • Ruído contínuo: estável, mantido por um longo período, com pouca ou nenhuma variação como, por exemplo: uma betoneira em funcionamento;
  • Ruído intermitente: com oscilações de intensidade, relacionado com o tempo de exposição ao longo do dia; e
  • Ruído de impacto: com alta intensidade, porém, de curta duração, menos de 1 segundo, causado pelo som do impacto de materiais. Neste caso, o limite de tolerância é de 130 dB. O ruído de impacto, conforme anexo 2 da NR-15 e a NHO 01, é o que apresenta picos de energia acústica, com duração inferior a 1 segundo e intervalos superiores a 1 segundo.

A seguir, destacamos alguns exemplos do Nível de Pressão Sonora (NPS), reunidos por Catto (2021), em situações do cotidiano e que são comparadas com o nível de conforto acústico definido por Normas Brasileiras.

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Fonte: Catto (2021)

Os efeitos dos ruídos nos trabalhadores

Trauma acústico

As estruturas auditivas são danificadas por barulhos de curta duração e alta intensidade (explosões, tiros, etc.). A perda auditiva pode ser imediata, grave e permanente.

Perda auditiva temporária

A exposição moderada ao ruído que excede o seu limite de tolerância pode causar perda auditiva temporária nos trabalhadores. Após um longo período de descanso, o sistema auditivo pode recuperar suas propriedades e voltar ao normal.

Normalmente, o tempo necessário para a recuperação vai variar de 11 a 14 horas, sendo recomendado evitar outros barulhos durante este tempo para evitar o agravamento do quadro

Perda auditiva permanente

Quando os trabalhadores não conseguem identificar sons em determinadas frequências, os mais graves são os sons com frequências abaixo de 1.000 Hz, pois a comunicação humana ocorre nesta faixa de frequência. Isto afetará a capacidade do trabalhador de desenvolver relacionamentos interpessoais.

Aqui a causa pode ser uma exposição muito longa a sons muito altos sem proteção ou ruídos intensos de curta duração também, como grandes explosões.

Como proteger os trabalhadores

O mais adequado a se fazer para evitar danos provenientes dos ruídos é a elaboração e manutenção de um Programa de Conservação Auditiva (PCA), no qual são inseridas soluções técnicas e de engenharia. Além disso, é fundamental a avaliação da saúde do trabalhador por meio de medições por dosimetria.

A dosimetria determina as soluções inteligentes que devem ser adotadas para a proteção como, por exemplo, instalação de barreiras acústicas, enclausaramento das fontes de ruído, uso de Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC), etc. Ainda, os trabalhadores novos e já pertencentes ao quadro podem ser encaminhados para audiometrias rotineiras para monitoramento do quadro auditivo de cada um.

E, por fim, é do PCA que EPI’s como protetores auriculares devem ser indicados, sendo os meios complementares para reduzir a PAIR (Perda Auditiva Induzida por Ruído).

Os profissionais da área de SST devem buscar promover a saúde auditiva, em ordem de prioridades, (1) medidas preventivas de proteção coletiva (EPC); (2) medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho e (3) utilização correta de EPI’s.

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