Como Funciona a Hierarquia de Controle de Riscos?

Como Funciona a Hierarquia de Controle de Riscos?

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É familiar para você a hierarquia de controle de riscos ocupacionais? É um framework caracterizado por uma pirâmide invertida que guia visualmente o uso de práticas para controlar os riscos ocupacionais e os impactos nos níveis de proteção dos trabalhadores no ambiente de trabalho.

A hierarquia de controle de riscos é o caminho para determinar as melhores ações preventivas e avaliar os avanços efetivos na eliminação dos eventos perigosos, fatores de riscos ou fontes de perigos que os trabalhadores estão expostos ao executar as suas atividades e tarefas no local de trabalho, reduzindo desta maneira a frequência e gravidade de doenças ocupacionais e acidentes de trabalho.

Hierarquia de Controle de Riscos Ocupacionais

A NIOSH define a hierarquia de controle de riscos em cinco níveis: Eliminação – remover fisicamente as fontes de risco ocupacional; Substituição – substituir o perigo por uma alternativa mais segura; Controle de Engenharia – isolar o trabalhador do fator de risco; Controle Administrativo – mudar o procedimento de trabalho das pessoas; e Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s).

Ao adotar a hierarquia de controle dos riscos ocupacionais estamos promovendo a implantação de um sistema de proteção da saúde e segurança dos trabalhadores mais efetivo e robusto que reduz substancialmente as lesões ou agravos à saúde do trabalhador. Veja, a seguir, o passo a passo para eliminar e controlar os riscos ocupacionais!

Hierarquia de Controle dos Riscos Ocupacionais

Eliminação

O objetivo é eliminar a fonte do risco. A etapa de eliminação passa pelo mapeamento e avaliação dos riscos e o desenvolvimento e manutenção de planos de melhorias da Segurança e Saúde do Trabalho (SST) que promovam mudanças no processo de trabalho e eliminam como, por exemplo, a movimentação de objetos pesados pelo trabalhador, o uso de ferramentas inadequadas e a manuntenção industrial como medida preventiva de máquinas e equipamentos.

Substituição

A substituição da exposição do trabalhador aos riscos ocupacionais pode ocorrer de diversas formas. Uma das principais recomendações realizadas por especialistas da NIOSH é projetar iniciativas de prevenção que minimizam a exposição e simplificam as Instruções de Trabalho (IT) de uma determinada tarefa.

Ao inserir uma nova solução no ambiente de trabalho é fundamental analisar e comparar a redução alcançada dos níveis de exposição do trabalhador, a eliminação dos efeitos nocivos e avaliar a necessidade de treinamento dos trabalhadores, a revisão do inventários de riscos e alteração do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR).

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Ao considerar a substituição como medida para eliminar os riscos é importante comparar os novos riscos potenciais com os riscos originais. Essa revisão deve avaliar se a nova medida implicará em outros agentes nocivos no local de trabalho. Uma substituição eficaz reduz o potencial dos efeitos nocivos e não cria novos riscos ocupacionais para o trabalhador.

Apesar da dificuldade que existe na eliminação e substituição das fontes de risco, são os passos que devemos priorizar para aumentar a saúde dos trabalhadores e melhorar a Segurança Industrial. Lembre-se que os objetivos são sempre proteger a vida, preservar a saúde do trabalhador e reduzir a zero a probabilidade de acidentes de trabalho.

Controle de Engenharia

As ações de controle dos riscos são técnicas e procedimentos desenvolvidos pela Engenharia e visam reduzir ou evitar que os trabalhadores fiquem expostos ou sejam atingidos pelas fontes de riscos que estão expostos e são inerentes as atividades.

Os mecanismos de controle de engenharia podem incluir a modificação de equipamentos ou do espaço de trabalho, o uso de barreiras de proteção, a instalação de mecanismos de ventilação, iluminação, o isolamento do ruído e vibrações de equipamentos, entre outros. Na maioria das vezes é possível instalar novas tecnologias que contribuem com a prevenção de acidentes de trabalho e agravos a saúde do trabalhador.

São ações preventivas que devem ser desenvolvidas por profissionais especializados e qualificados. Além disso, devemos sempre levar em consideração os requisitos estabelecidos pelas próprias Normas Regulamentadoras (NRs) da SST.

O Controle de Engenharia também é relacionado com a Engenharia do Trabalho. É uma boa oportunidade para eliminar riscos ergonômicos, substituir equipamentos, procedimentos operacionais, avaliar os postos de trabalho, qualidade de vida, entre outros fatores.

A prevenção por meio da Engenharia do Trabalho é uma abordagem que inclui proativamente a prevenção ao projetar equipamentos de trabalho, ferramentas, operações e espaços adequados para o trabalhador ou outros colaboradores que frequentam o ambiente de trabalho. Entre as ações mais eficazes estão:

  • Eliminar ou bloquear sistemas / subsistemas / componentes de equipamentos e máquinas que podem provocar acidentes de trabalho;
  • Projetar equipamentos e máquinas com partes protegidas e seguradas para as atividades ou intervenções humanas que ocorrem durante a operação ou manutenção;
  • Impedir que os trabalhadores modifiquem ou interfiram nos mecanismos de proteção;
  • Automatizar mecanismos de proteção e segurança do trabalhador.

Controle Administrativo

É uma prática inserida para reduzir o tempo de exposição, a frequência e o nível de exposição dos trabalhadores as fontes de perigo. As principais ações são relacionadas com o treinamento, garantir intervalos de descanso, limitar o acesso as áreas de risco alto ou máquinas e equipamentos e ajustar a velocidade de linhas de produção.

Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s)

Os EPI’s são equipamentos usados para minimizar a exposição aos perigos que causam acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Apesar de um custo menor, os EPI’s nuncam devem ser usados como a primeira medida de controle dos riscos ocupacionais.

O esforço do profissional da SST deve ser sempre primeiro usar ações mais efetivas que eliminam, substituem ou inserem o controle da Engenharia ou ações Administrativas para reduzir os níveis de exposição. A longo prazo os custos operacionais de ações de controle tendem a ser menores, especialmente, quando passamos a proteger um número maior de trabalhadores.

A hierarquia de controle de riscos ocupacionais ajuda a economizar recursos a medida que reduzimos os afastamentos decorrentes de acidentes de trabalho, impostos (RAT) e promovemos a produtividade e qualidade dos produtos e serviços oferecidos.