Com o aumento da população economicamente ativa de maior idade, a temática do envelhecimento ativo ganha cada vez mais relevância na área de Saúde e Segurança do Trabalho. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a expectativa de vida global aumentou significativamente nas últimas décadas, trazendo consigo o desafio de adaptar os ambientes de trabalho para uma força laboral mais diversa em termos etários. No Brasil, por exemplo, espera-se que o grupo de idosos represente cerca de 30% da população até 2050, segundo o IBGE.
A integração do conceito de envelhecimento ativo nas práticas ocupacionais não apenas garante condições seguras e saudáveis para trabalhadores mais experientes, mas também promove a valorização e adaptação do conhecimento acumulado por esses profissionais.
O envelhecimento ativo, conforme definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), refere-se ao processo de otimização de oportunidades para saúde, melhorias em sua participação e segurança, a fim de garantir a qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem. No contexto ocupacional, isso significa criar um ambiente de trabalho inclusivo e adaptado às mudanças fisiológicas e cognitivas associadas ao envelhecimento, o que passa a ser também uma demanda importante na gestão de SST.
Por que tratar do envelhecimento no âmbito da SST?
Vale lembrar que os trabalhadores idosos não são um grupo de pessoas idênticas e que suas características podem variar mesmo em indivíduos da mesma idade. Contudo, são notáveis alguns atributos desse grupo, como a experiência profissional, visão estratégica ou o conhecimento específico de alguma área ou máquina. Características essas que são adquiridas apenas com o tempo.
Estudos da área de Saúde e Segurança do Trabalho apontam que trabalhadores mais velhos tendem a apresentar uma menor frequência de acidentes no trabalho. Esse dado é atribuído, em parte, à essa experiência pela sua jornada de trabalho e à maior cautela no desempenho de atividades laborais. No entanto, quando acidentes acontecem, eles são frequentemente mais graves e demandam períodos prolongados de recuperação devido a fatores como menor elasticidade tecidual e processos de cicatrização mais lentos. Isso destaca a importância de considerar as mudanças nas aptidões funcionais durante a avaliação de riscos, o que implica a necessidade de modificar o trabalho e o ambiente para responder adequadamente a essas transformações.
Estratégias para promover um ambiente de trabalho inclusivo
A promoção de um envelhecimento ativo no trabalho requer a implementação de ações específicas, incluindo:
- Adaptações ergonômicas:
- Uso de móveis ajustáveis e ferramentas que minimizem esforço físico.
- Melhorias na iluminação e no controle de ruídos para atender às necessidades sensoriais.
- Treinamentos e capacitação:
- Programas de atualização tecnológica para manter a competitividade.
- Treinamentos focados em prevenção de riscos e segurança para a faixa etária.
- Gestão da jornada de trabalho:
- Implementação de escalas mais flexíveis para respeitar os limites fisiológicos.
- Redução de tarefas repetitivas ou extenuantes.
- Apoio à saúde mental e bem-estar:
- Programas de suporte psicossocial para lidar com o estresse e a transição para novas dinâmicas de trabalho.
- Promoção de atividades físicas e campanhas de saúde.
A importância do envelhecimento ativo de trabalho
A integração de práticas voltadas ao envelhecimento ativo representa uma oportunidade estratégica para transformar os ambientes de trabalho. Ao adaptar as condições laborais para atender às necessidades dessa força de trabalho não apenas promove a segurança, mas também oferece benefícios significativos às empresas. Ao somar a experiência acumulada e a diversidade etária como um ativo organizacional, as empresas podem melhorar a tomada de decisão, estimular a inovação e construir equipes mais resilientes. Além disso, a crescente valorização da sustentabilidade e da responsabilidade social corporativa torna a implementação de soluções voltadas ao envelhecimento ativo um diferencial competitivo essencial.
É crucial implementar estratégias que valorizem o potencial dos trabalhadores mais experientes, promovendo sua integração plena. Assim como políticas ativas de emprego que incentivem a empregabilidade, o desenvolvimento de competências fundamentais e a aquisição contínua de novas habilidades. Reconhecer e validar o conhecimento, a experiência e a aprendizagem ao longo da vida são etapas essenciais nesse processo.
No entanto, para que essas ações sejam eficazes, é imprescindível contar com ferramentas de gestão e monitoramento de SST que assegurem o cumprimento das normas regulamentadoras e a promoção de uma cultura de prevenção. A tecnologia da OnSafety pode ser uma grande aliada nesse processo, permitindo que as empresas implementem soluções inovadoras para cuidar de sua força de trabalho, independentemente da idade.
