A certificação da ISO 45001:2018 é fundamental para promover e manter uma cultura de segurança nos ambientes de trabalho. É um sistema de gestão que permite compreender a natureza dos riscos ocupacionais, prevenir incidentes de segurança e promover lideranças comprometidas com a SST, entre outros benefícios que são alcançados com a ISO 45001:2018.
O Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho (SmartLab), destaca que no ano de 2022, no Brasil, foram registrados mais de 612,9 mil acidentes e doenças relacionadas com o trabalho. Além disso, ocorreram cerca de 7 acidentes de trabalho por dia com óbito, índices elevados que demonstram o quanto precisamos aprimorar a Gestão da Segurança e Saúde de Trabalho (SST).
Implementar a ISO 45001:2018 traz desafios para as organizações e profissionais da SST, incluindo a coleta de dados, a elaboração das análises e relatórios para os gestores, entre os quais os responsáveis pela SST.
Quando é implementada a ISO 45001:2018, a organização demonstra o compromisso com a prevenção, aumenta a probabilidade de reduzir eventos que podem provocar lesões ou morte. Além disso, cria um local de trabalho com uma cultura de segurança eficaz e padroniza um processo de melhoria contínua para a SST.
Dados publicados pela ISO Survey de 2022 demonstram que no mundo existem mais de 397 mil certificados válidos e mais de 512 mil locais de trabalho que atendem os requisitos mínimos exigidos pela Norma Internacional ISO 45001:2018. Neste sentido, o país que mais se destaca é a China, responsável por mais de 67% dos certificados válidos no mundo.
R | País | Número de Certificados | Frequencia | % Acumulada | Locais de Trabalho |
1 | China | 266.898,0 | 67,2% | 67,2% | 268.604,0 |
2 | Italia | 15.255,0 | 3,8% | 71,0% | 33.758,0 |
3 | Reino Unido | 11.397,0 | 2,9% | 73,9% | 22.424,0 |
4 | Índia | 10.326,0 | 2,6% | 76,5% | 14.877,0 |
5 | Austrália | 6.679,0 | 1,7% | 78,2% | 15.478,0 |
6 | Espanha | 5.603,0 | 1,4% | 79,6% | 17.362,0 |
7 | Korea | 5.038,0 | 1,3% | 80,8% | 6.398,0 |
8 | Colombia | 3.733,0 | 0,9% | 81,8% | 5.573,0 |
9 | Romenia | 3.288,0 | 0,8% | 82,6% | 3.907,0 |
10 | Alemanha | 3.092,0 | 0,8% | 83,4% | 6.814,0 |
11 | Outros Paises | 66.030,0 | 16,6% | 100,0% | 116.874,0 |
29 | Brasil | 1.399,0 | – | – | 3.428,0 |
TOTAL | 397.339,0 | – | – | 512.069,0 |
No ranking global de certificações com 194 países, o Brasil, ocupa a 29° posição, com 1.399 certificações válidas e 3.428 locais de trabalhos certificados pela ISO 45001:2018, indicadores que demonstram a necessidade de compreender quais são os principais fatores de sucesso e benefícios que a ISO 45001:2018 traz para os trabalhadores.
Benefícios da ISO 45001:2018
Pesquisas indicam que nos países industrializados a grande maioria dos trabalhadores, 93,46%, são expostos a um ou mais riscos ocupacionais. Neste contexto, podemos associar que o principal benefício da ISO 45001:2018 é de fato reduzir a exposição dos trabalhadores aos riscos ocupacionais e eliminar acidentes de trabalho.
Para implantar e manter as medidas de segurança e saúde dos trabalhadores é necessário consolidar a Cultura de Segurança e Saúde do Trabalho e conscientizar e qualificar os trabalhadores. Neste caso, a ISO 45001:2018 promoverá uma formação técnica em SST e desenvolverá habilidades e competências para avaliar e controlar os riscos ocupacionais nas atividades e ambientes de trabalho.
A participação dos trabalhadores no processo de melhoria e mudança da SST no ambiente de trabalho promovido a partir da ISO 45001:2018 é fundamental para padronizar as práticas de Gestão de Riscos Ocupacionais (GRO).
A ISO 45001:2018 também permite integrar a avaliação e controle dos riscos ocupacionais dos processos e atividades operacionais com os processos gerenciais como, por exemplo, produção, manutenção, desenvolvimento de produtos, entre outros. Ou seja, é possível prever agentes nocivos e estabelecer um plano de prevenção mais efetivo para os trabalhadores.
Para alcançar os benefícios e reduzir as barreiras de implantação da ISO 45001:2018 será necessário eliminar a falta de conhecimento dos trabalhadores e reverter barreiras culturais sobre a SST como, por exemplo, a falta de uso de EPI’s e comportamentos de risco no trabalho.
É necessário promover a participação de todos no processo de gestão da SST, subsidiar com recursos financeiros e garantir a participação de lideranças ou gestores na implantação e manutenção da política e as ações preventivas para a SST.