Analisar riscos ocupacionais faz parte do dia a dia dos profissionais de SST. É uma prática extremamente importante para garantir a segurança dos ambientes de trabalho, quantificar e classificar os riscos relacionados à operação de máquinas e equipamentos, assim como, adotar medidas preventivas é o Método HRN (Hazard Rating Number).
O principal objetivo do Método HRN é realizar uma análise de riscos que permita estabelecer uma visão qualitativa dos riscos relacionados com os equipamentos ou processos e classificar o nível de segurança considerando variáveis como, por exemplo, o Número de Pessoas em Risco, isto é, o número de pessoas envolvidas no processo enquanto a máquina ou equipamento está funcionando.
A classificação do nível de segurança permite estabelecer um diagnóstico dos requisitos obrigatório da NR-12 e realizar uma adequação sobre os riscos mais relevantes e graves para a segurança e saúde dos trabalhadores ou equipes de manutenção mecânica e elétrica.
Visto que a HRN é uma das metodologias mais utilizadas, preparamos este artigo explicando um pouco sobre como o método funciona, acompanhe a seguir.
O que é a HRN?
HRN é a sigla para Hazard Rating Number, Número de Avaliação de Riscos, e é considerada uma metodologia quali-quantitativa, que busca, por meio de 4 variáveis, determinar um grau de risco de uma situação específica de máquinas ou equipamentos e processos industriais.
A composição do HRN é definida pela seguinte fórmula:
HRN = LO x FE x DPH x NP
As variáveis desta equação estão descritas a seguir: LO = Probabilidade de Ocorrência (Likelihood of Occurrence); FE = Frequência de Exposição (Frequency of Exposure); DPH = Grau de Dano Possível (Degree of Possible Harm); e NP = Número de Pessoas em Risco (Number of Persons at Risk).
Como funciona?
A HRN é conduzida analisando cada uma das variáveis. A partir da avaliação das variáveis, teremos diversas opções, cada uma com um valor numérico representativo para que ao fim possamos calcular o grau do risco analisado, as opções são:
Probabilidade de Ocorrência | |
0,033 | Quase impossível |
1 | Altamente improvável |
1,5 | Improvável |
2 | Possível |
5 | Alguma chance |
8 | Provável |
10 | Muito provável |
15 | Certeza |
Frequência de Exposição | |
0,5 | Anualmente |
1 | Mensalmente |
1,5 | Semanalmente |
2 | Diariamente |
4 | Em termos de hora |
5 | Constante |
Grau de Dano Possível | |
0,1 | Arranhão/Escoriação |
0,5 | Dilaceração/Corte/Enfermidade Leve |
1 | Fratura leve de ossos dos dedos das mãos ou pés |
2 | Fratura grave de ossos das mãos/braço/perna |
4 | Perda de 1 ou 2 dedos das mãos ou pés |
8 | Amputação de uma perna ou mão/perda parcial de audição ou visão |
10 | Amputação de duas pernas ou mãos/perda parcial de audição ou visão em ambos os olhos ou ouvidos |
12 | Enfermidade permanente ou critica |
15 | Fatalidade |
Número de Pessoas em Risco | |
1 | 1-2 pessoas |
2 | 2-7 pessoas |
4 | 8-15 pessoas |
8 | 16-50 pessoas |
12 | Mais de 50 pessoas |
É a partir dos números atrelados a estas opções dentro dos 4 pontos analisados que chegaremos à gravidade da situação. A partir do cálculo ou resultado é determinado o maior o grau de risco da situação analisada.
Por meio deste cálculo chegamos ao grau do risco e que tipo de ação tomar, com o grau sendo definido de acordo com o resultado seguindo a lógica a seguir:
Resultado | Grau de risco | Ação |
0 – 1 | Aceitável | Considerar possíveis ações. Manter as medidas de proteção. |
1 – 5 | Muito baixo | Considerar possíveis ações. Manter as medidas de proteção. |
5 – 10 | Baixo | Garantir que as medidas atuais de proteção são eficazes. Aprimorar com ações complementares. |
10 – 50 | Significante | Garantir que as medidas atuais de proteção são eficazes. Aprimorar com ações complementares. |
50 – 100 | Alto | Devem ser realizadas ações para reduzir ou eliminar o risco. Garantir a implementação de proteções e dispositivos de segurança. |
100 – 500 | Muito alto | Devem ser realizadas ações para reduzir ou eliminar o risco. Garantir a implementação de proteções e dispositivos de segurança. |
500 – 1.000 | Extremo | Ação imediata para reduzir ou eliminar o risco. |
Maior que 1.000 | Inaceitável | Interromper atividade até eliminação ou redução do risco. |
Portanto ao identificarmos um risco de fratura nos dedos das mãos, possível de acontecer, em que 5 trabalhadores estejam expostos a eles diariamente, o risco da queda de um material por exemplo, teremos:
HRN = 2 x 2 x 2 x 2
HRN = 16
Um risco significante, as medidas de controle atuais devem ser revisadas para garantir que o material não caia nos trabalhadores.
A importância da HRN para a SST
Como toda metodologia de análise de riscos, a importância da HRN se dá muito na questão de prevenção de riscos de maneira eficaz, com os pontos abaixo sendo muito vantajosos:
- Priorização de Ações: Ao atribuir um valor numérico aos riscos, o HRN auxilia na definição de quais medidas preventivas devem ser implementadas em primeiro lugar. Isso otimiza o uso de recursos e garante que os maiores riscos sejam tratados com a devida atenção.
- Comunicação Eficaz: A linguagem numérica do HRN facilita a comunicação entre os diferentes profissionais envolvidos na gestão da SST, como engenheiros de segurança, técnicos e gestores.
- Tomada de Decisão: As informações geradas pelo HRN servem como base para a tomada de decisões estratégicas, como a alocação de investimentos em segurança, a definição de metas e a avaliação da eficácia das medidas adotadas.
- Demonstração de Conformidade: O uso do HRN demonstra o compromisso da empresa com a segurança e a saúde dos trabalhadores, contribuindo para o cumprimento das normas regulamentadoras e para a obtenção de certificações.
- Melhoria Contínua: Ao acompanhar a evolução dos valores de HRN ao longo do tempo, é possível identificar tendências, avaliar a eficácia das ações implementadas e implementar melhorias contínuas no sistema de gestão da SST.