A Sonolência Excessiva Diurna (SED) dos trabalhadores é comumente correlacionada com a qualidade do sono e com o excesso de trabalho que acelera o nível de estresse e pode desencadear problemas de saúde mental. Esta correlação é importante porque observa-se que estamos trabalhando mais e, consequentemente, dormindo menos, situação que coloca em risco a saúde e segurança dos trabalhadores.
A maioria dos trabalhadores precisam de 7 a 9 horas regularmente por dia de sono. E, no ambiente de trabalho o desempenho e a atenção dos trabalhadores depende da saúde mental e física. Portanto, uma noite mal dormida e inversões de turnos de trabalho afetam a produtividade e a segurança do trabalhador, aumentando o risco e a probabilidade de acidentes de trabalho.
Especialistas da área de Enfermagem definem que a SED:
é um sintoma crônico do sono e se caracteriza pela incapacidade de manter-se acordado e/ou alerta durante o dia, e pode ocorrer devido à privação ou má qualidade do sono, à comorbidade clínica ou psiquiátrica e ao uso de medicações, sendo influenciada pelo ambiente de trabalho.
Silva et. al (2020).
As mudanças globais da economia, as exigências de produtividade, competitividade, eficiência, mudanças tecnológicas e demográficas provocam um aumento ou crescimento na quantidade de horas que trabalhamos no horário diurno e noturno, reduzindo o número de horas de sono.
As exigências de mais horas de trabalho consecutivas e a SED aumentam os riscos de acidentes de trabalho. Entre os principais sintomas podemos destacar as queixas relacionadas com a sonolência diurna, o estresse, a irritabilidade, falta de concentração, fadiga, falta de atenção e os conflitos profissionais, sociais e pessoais.
Para reduzir os efeitos no ambiente de trabalho, a probabilidade de acidentes de trabalho e promover a conscientização dos profissionais da segurança e medicina ocupacional preparamos um blog que pode auxiliar a prevenir a SED entre os trabalhadores, veja, a seguir!
Prevenindo a SED com os Trabalhadores
A SED é uma condição mental citada frequentemente pelos trabalhadores e que se manifesta pela distração no ambiente de trabalho, a sonolência grave, os comportamentos automáticos, lapsos de sono, amnésia, irritabilidade no trabalho, entre outros fatores que aumentam os riscos ocupacionais e acidentes de trabalho e acidentes de trânsito.
Quando os sintomas estão presentes há mais de três meses e existe uma perda de capacidade de concentração nas tarefas executadas no trabalho é necessário passar por uma avaliação médica e adotar ações preventivas para melhorar a qualidade de vida do trabalhador.
Profissionais especializados em Medicina do Sono recomendam que para estabelecer um diagnóstico da Sonolência Excessiva Diurna (SED) é necessário realizar uma avaliação clínica e exames físicos detalhados, investigar o sono e o impacto da sonolência no dia a dia.
Um dos principais fatores que impacta a saúde do trabalhador é o sono, que possui uma função biológica fundamental na consolidação da memória, na conservação e restauração da energia e restauração do metabolismo. O sono é essencial para a saúde de todos e quando sofremos perturbações no sono estamos correndo o risco de sofrer alterações significativas no funcionamento físico, ocupacional, cognitivo e social.
A Associação Brasileira do Sono destaca um estudo que identificou o perfil de quem mais sofre com sono ruim: mulheres jovens, que compartilham a cama com outra pessoa e usam smartphone e mídias interativas na hora de dormir. Outros fatores que afetaram frequentemente o sono dos brasileiros é a pandemia do coronavírus COVID-19, a insegurança financeira, a falta de saúde mental, a obesidade e a poluição sonora.
A quantidade excessiva de horas de trabalho como, por exemplo, horas extras todos os dias, a dupla jornada, horário noturno e características inerentes as profissões como, por exemplo, as relacionadas com os profissionais que atuam na área da saúde, policiais, motoristas, também são profissões que provocam um sono de baixa qualidade no trabalhador.
São problemas que os trabalhadores enfrentam todos os dias e que podem ser enfrentados com o apoio da área de Segurança e Saúde do Trabalho. Entre as principais ações preventivas que podem relacionar estão o monitoramento da saúde do trabalhador, a disponibilidade de um serviço de assistência social e psicológica, a conscientização do sono nos DDS, na SIPAT e pelos profissionais do SESMT.
O exame periódico do trabalhador também pode ser usado para avaliar a obesidade, hipertensão arterial, a circunferência do pescoço, do espaço aéreo retrofaríngeo e a estrutura do maxilar. Características físicas que podem estar relacionadas com o síndrome da apneia obstrutiva do sono que prejudica a qualidade do sono.
Os distúrbios do sono também podem ser avaliados de forma subjetiva e por métodos objetivos como, por exemplo, teste de manutenção de vigília, etc. Exames que podem ser incluídos nas avaliações periódicas da saúde do trabalho.
Além disso, podem ser incluídas atividades físicas no dia a dia do trabalhador, disponibilizar áreas para descanso e capacitar encarregados para identificar os sintomas do SED no ambiente de trabalho. Ações que contribuem com a qualidade do sono dos trabalhadores.
