Para a Agência Europeia de Segurança e Saúde do Trabalho (EU-OSHA), o COVID-19 é um dos maiores desafios que a sociedade e as empresas enfrentaram nos últimos séculos. É uma pandemia global que continua provocando problemas sociais (desemprego, pobreza, informalidade, depressão e distanciamento social), impactos na saúde da população (doenças, óbitos e contaminação), econômicos e produtivos – até maio de 2020 uma redução de 8 a 13% da economia global (McKinsey & Company, 2020).
Neste novo cenário é fundamental pensar em como responder a crise, retomar o novo normal e reimaginar a proteção a vida dos trabalhadores e a retomada das atividades básicas necessária para a subsistência da população. A dinâmica atual vem demonstrando que a maioria das empresas está respondendo à crise com a implantação de ações preventivas de Segurança e Saúde do Trabalho que permitem a continuidade das operações industriais. Além disso, diversas empresas vem manifestando que pretender continuar com o modelo de home office.
A retomada das atividades operacionais de uma forma segura e saudável exige que comecemos a elaborar estratégias de Segurança e Saúde Ocupacional (SSO) diferentes para a adaptação dos locais de trabalho e garantir a proteção dos trabalhadores, principalmente, aqueles que estão começando a retornar aos seus ambientes de trabalho normal. É uma oportunidade única de construir uma base sólida e robusta para enfrentar o desafio a curto prazo e conscientizar a importância da SSO na estratégia das empresas.
A seguir, a partir de um conjunto de orientações e publicações reunidas pela EU-OSHA e experiências dos profissionais da área de Engenharia de Segurança do Trabalho, destacamos um conjunto de ações no ambiente de trabalho que permitem uma adaptação dos locais de trabalho e garantir a proteção da saúde dos trabalhadores.
Retornado ao Trabalho
Diversos países da Europa (Alemanha, Espanha, Itália, França, Portugal, entre outros) estão retomando a suas atividades econômicas com bastante cuidado e adotando diversas medidas de saúde e segurança ocupacional nos ambientes de trabalho para evitar o surgimento de uma nova onda de casos de COVID-19.
Para a The Conference Board (TCB) a reabertura da economia nos países estabiliza a confiança do consumidor, mas permanece uma preocupação com a geração de renda. Isto é, há uma grande preocupação com a perda de postos de trabalho, redução dos salários, aumentos das taxas de desemprego e informalidade na economia.
É um cenário que se torna mais crítico par ao Brasil a medida que a pandemia não recebe ações governamentais eficazes para controlar e conter o avanços nas diversas regiões e, consequentemente, trabalhadores do país. Além disso, uma das nossas maiores preocupações também são os trabalhadores que atuam na informalidade que terminam ficando mais expostos as situações de risco de contaminação pelo coronavírus.
No Brasil o número de casos de COVID-19 e óbitos decorrentes da infecção de uma forma geral ainda estão crescendo, conforme relatado por diversos dashboard nacionais (Observatório COVID-19, CORONAVIRUSBRASIL, CNSaúde e OGlobo) e internacionais (OMS). Apesar dessas estatísticas diversas cidades do país iniciaram a retomada das atividades econômicas e para isso estão adotando medidas organizacionais e técnicas nos ambientes de trabalho para reabrir os seus negócios.
Para reduzir a transmissão, proteger a vida dos trabalhadores e salvar vidas na América Latina, que passou a ser considerada o epicentro da pandemia, a Organização Panamericana para a Sáude (OPS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) vem divulgando diversas informações técnicas e protocolos para que as organizações, trabalhadores e autoridades governamentais adotem nos ambiente de trabalho.
A EU-OSHA destaca que ao adotar práticas de Segurança e Saúde do Trabalho durante o período da pandemia e na retomada das atividades nas indústrias muda significativamente à velocidade de transmissão da pandemia do COVID-19. Para afastar o risco dos ambientes de trabalho e retomar as atividades ou reabrir os negócios é necessário ficar atento com várias situações que anteriormente passavam desapercebidas.
As boas práticas para uma retoma ou reabertura dos negócios passam pela avaliação de riscos e a implantação de medidas apropriadas para minimizar a exposição, retomar o trabalho, lidar com ausências e continuar gerenciando os trabalhadores que trabalham em casa. O envolvimento dos trabalhadores e o atendimento de pessoas doentes também são incluídos, além de disponibilizar informações e locais de atendimento para uma emergência.
Ações no Ambiente de Trabalho
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) publicou orientações para retornar de uma forma mais segura ao trabalho. Destaca a importância de formular políticas nacionais para um retorno mais seguro que sigam padrões internacionais de Segurança e Saúde do Trabalho. É necessário assegurar um dialogo efetivo com o trabalhador sobre a situação, riscos e impactos do pandemia e do retorno ao trabalho.
Na implantação das ações ou medidas de proteção é fundamental contar com a cooperação dos gestores de diferentes áreas do negócio e os profissionais que atuam na Segurança e Saúde Ocupacional (SSO). Para a OIT qualquer estratégia de retorno ao local de trabalho deve basear-se em uma hierarquia de ações de controle.
Para a OIT a hierarquia de ações ou medidas é uma abordagem da segurança e saúde no trabalho que estrutura medidas de proteção em uma ordem da mais eficaz para a menos eficaz e inclui a eliminação, a substituição e controles da engenharia como, por exemplo barreiras físicas, administrativos ou organizacionais tais como a higiene dos trabalhadores e, finalmente, o EPI (Equipamento de Proteção Individual).
A nossa equipe reuniu uma lista de práticas que empregadores e trabalhadores devem adotar para um retorno seguro ao trabalho. São ações que incentiva a avaliação dos riscos e a implantação de ações ou medidas preventivas para minimizar a exposição à COVID-19 no ambiente de trabalho.
A Escola Nacional de Inspeção do Trabalho (ENIT) disponibiliza uma base de arquivos com recomendações para diversos setores industriais (Construção Civil, Farmácias E Drogarias, Frigoríficos, Postos de Combustíveis, Rural, Serviços de Saúde, Supermercados, Teleserviços) e procedimentos que podem ser adotados para o Trabalhador Doméstico e Uso de Máscaras PFF1.
O OnSafety disponibiliza um checklist geral para que possa ser utilizado em diversos setores industriais e os checklist apresentados pela ENIT. A tecnologia pode ser usada a seu favor para retornar de uma forma mais segura as atividades e proteger a saúde dos trabalhadores. Para usar qualquer um dos checklists é só fazer o download do APP OnSafety.
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