Ergonomia no Trabalho: Seus benefícios e sua Importância

Ergonomia no Trabalho: Conforto, Segurança e Eficiência para uma Jornada Produtiva

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A ergonomia no trabalho estabelece os parâmetros que permitem a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.

As condições de trabalho são relacionadas com a iluminação, ventilação, sinalização, móveis adequados para os trabalhadores, treinamentos, assim como, com o levantamento, transporte e descarga de materiais, entre outros fatores que provocam lesões e doenças ocupacionais ou até acidentes de trabalho.

Os requisitos mínimos que devem ser seguidos em termos de Ergonomia são estabelecidos pela Norma Regulamentadora – NR 17. Neste caso, a NR-17 determina a necessidade de avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores e, destaca que, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho.

A Ergonomia do Trabalho traz benefícios relacionados com a prevenção de lesões de LER e DORT, pelas avaliações ergonômicas denominadas de Análise Ergonômica Preliminar (AEP) e Análise Ergonômica do Trabalho (AET) e identificação de riscos ergonômicos. Informações que permitem implementar ações preventivas e trazer benefícios para os trabalhadores da indústria e no home office.

E, se você tem dúvidas sobre o assunto, confira neste post, os principais parâmetros definidos pela NR 17 para trazer benefícios à saúde e segurança dos trabalhadores e a importância da ergonomia no trabalho. Uma boa leitura!

O que é Ergonomia?

Ergonomia é o conjunto de disciplinas que estudam a organização do ambiente de trabalho e as interações entre o homem e as máquinas ou equipamentos, com o intuito de trazer conforto ao trabalhador, prevenir as doenças ocupacionais e realizar uma boa interação entre o ambiente de trabalho, as capacidades físicas e psicológicas do empregado e a eficiência do sistema.

Origem e História

A primeira vez em que foram documentadas as doenças e lesões relacionadas ao trabalho, foi no ano de 1700, quando o médico italiano, Bernardino Ramazzini,  publicou o livro De Morbis Artificum, que relatava os riscos que produtos químicos, poeira, metais e mais alguns materiais encontrados em trabalhos da época, traziam à saúde do trabalhador.

Após anos de descrições sobre doenças relacionadas ao trabalho, em 1911, Frederick Taylor, publicou o livro Princípios da Administração Científica, onde ele procurava pela melhor maneira de executar um trabalho e as tarefas relacionadas à ele.

Nesta época, Taylor reduziu o peso e o tamanho de pás de carvão e triplicou a quantidade de carvão que os trabalhadores carregavam num dia.

Nessa mesma época, Frank Gilbreth e sua esposa Lilian, expandiram o que Taylor havia publicado e começavam a desenvolver o Estudo de Tempos e Movimentos, na intenção de eliminar ações desnecessárias para certa atividade no trabalho, aumentando a eficiência do trabalhador.

Gilbreth foi o primeiro à observar que melhorias nas condições de trabalho preveniam lesões por esforço repetitivo e à longo prazo reduzia prejuízos.

Com base nos primeiros estudos de Taylor e do casal Gilbreth,  com o avanço da tecnologia e as mudanças que passavam a ocorrer nos ambientes de trabalho, a ergonomia começou à se desenvolver, até que em 1959, em Oxford, foi fundada a Associação Internacional de Ergonomia e partir disso a ergonomia foi se ampliando e se tornando uma área de estudos.

A Importância da Ergonomia para a Saúde do Trabalhador

A ergonomia se preocupa com as condições do ambiente de trabalho. Afinal, uma das principais causas da baixa produtividade é o desconforto consequente da má adequação do corpo a um determinado equipamento de trabalho.

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São objetos de estudo da ergonomia fatores que podem causar problemas à saúde física e mental dos trabalhadores, bem como formas de minimizar seus efeitos. Entre esses fatores podemos citar a iluminação, o ruído e a temperatura.

lampada A iluminação pode, por exemplo, causar danos à visão e, com isso, contribuir para um baixo desempenho da capacidade de produção de uma pessoa, seja em um escritório ou em uma fábrica.

termometro A exposição a elevados índices de temperaturas (Índice de Calor ou Frio) e umidade alta no ambiente de trabalho influenciam negativamente a produtividade e aumentam o índice de erros, inclusive causando danos à saúde do trabalhador.

Por exemplo, Masterton e Richardson, destacados por D’AMBROSIO ALFANO et al. (2011), apresentam parâmetros (limite mínimo e máximo) de conforto térmico (calor e umidade) para trabalhadores.

Intervalo de TemperaturaNível de Desconforto Térmico
20°C ≤ ICF ≤ 29°CConfortável
30°C ≤ ICF ≤ 39°CDesconfortável
40°C ≤ ICF ≤ 45°CAltamente Desconfortável, evite esforço
Acima de 45°CPerigoso
Acima de 54°CInsolação Iminente
ICF Índice de Conforto Térmico

barulho, megafone A exposição a ruídos excessivos no ambiente de trabalho também pode influenciar a saúde auditiva do trabalhador. Pesquisas demonstram que a exposição constante sem adotar medidas preventivas e/ou de controle geram a perda de audição temporária, podem passar a ser permanente, entre outros sintomas.

postura Com relação aos problemas de postura, o ideal é a prevenção, buscando a adequação de mesas, cadeiras e instrumentos de trabalho, com o intuito de garantir o conforto do trabalhador e consequentemente a produtividade do mesmo.

Um investimento em melhorias no ambiente de trabalho e nos instrumentos utilizados é indispensável para uma boa qualidade de vida do trabalhador, pois o uso da ergonomia contribui para uma diminuição do cansaço e tornam eficientes os procedimentos que tem como objetivo evitar lesões ao trabalhador.

Assim, se por um lado, a ergonomia pode insinuar maiores gastos, por outro representa uma economia para empresa, ao resultar em uma melhoria significativa da saúde e da eficiência do trabalhador.

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Os benefícios da ergonomia no trabalho

Previne Doenças Ocupacionais

Imagem de um paciente sendo examinado nas costas por um médico

Trabalhadores podem, em muitos casos, passar mais tempo no ambiente de trabalho do que em casa, tornando a jornada de trabalho exaustiva e podendo resultar em doenças ocupacionais à longo prazo.

Dentre as doenças ocupacionais mais comuns hoje em dia, a maioria está diretamente relacionada à falta de ergonomia no trabalho, doenças ocupacionais como a Lesão por Esforço Repetitivo (LER), Estresse, Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORTs), Surdez (Temporária ou permanente) poderiam ser evitadas com simples cuidados ergonômicos.

Levando em conta que a ergonomia é a adaptação do ambiente de trabalho e de seus instrumentos ao trabalhador é justamente ela que pode prevenir estas doenças, e com cuidados muitas vezes simples como:

  • Fornecer cadeiras ajustáveis, com ajuste para altura e para lombar. Diversos tipos de DORT’s podem ser evitadas com um simples cuidado com a postura;
  • Em caso de trabalho com computador, teclados, mouses e mousepads ergonômicos são essenciais para evitar a LER;
  • Em ambientes com ruídos frequentes, o uso de EPI’s que protegem os ouvidos deve ser obrigatório;

Aumenta a produtividade

O ambiente influencia diretamente no comportamento do ser humano e com o ambiente de trabalho não é diferente, um ambiente de trabalho confortável e organizado estimula os trabalhadores e evita o absenteísmo.

Em 1927, a Experiência de Hawthorne mostrou que os trabalhadores eram influenciado através de cuidados que recebiam, um dos exemplos que este experimento pode nos dar é de que um grupo estudado que possuiu horas mais flexíveis e tempo para descanso produziu mais.

Os trabalhadores são motivados ao ver que são valorizados e que sua saúde é uma das prioridades da empresa, fora que como a ergonomia reduz afastamentos por doenças ocupacionais, logicamente a produção aumentará.

Melhora a qualidade de vida dos colaboradores

O mais óbvio e o que seria o principal objetivo da ergonomia, a preocupação com a saúde dos empregados deve ser prioridade, principalmente por criar um ambiente de trabalho mais amigável e demonstrar que a empresa se importa com seus efetivados.

Com a melhora na qualidade de vida dos trabalhadores, é evitado cansaço e estresse, o que melhora a relação entre os empregados, aumenta produtividade também, reduz faltas e atrasos e os motiva à ir ao trabalho.

A Ergonomia no Trabalho e a relação Humano-Computador

Na questão dos equipamentos de trabalho, em suma podemos dizer que a ergonomia é a adaptação dos dispositivos à pessoa que os está operando. Com a revolução tecnológica e o aumento de trabalhos burocráticos, de escritório em que o computador se torna o principal instrumento de trabalho, a usabilidade se torna o foco principal.

Quanto mais otimizado o computador ou sistema for, maior será a eficácia e eficiência de seu operador, quando alguma parte de um sistema acarreta em perca de tempo de uma ação ou até mesmo a impossibilita, a eficiência do sistema como um todo fica comprometida.

Com os computadores cada vez mais presentes nos ambientes de trabalho, alguns problemas de saúde relacionados à seu uso passaram a se tornar mais comuns, como lesões por esforço repetitivo devido a digitação, problemas de postura e de visão, o que incentivou a criação de equipamentos adaptados ao conforto do trabalhador, como mouses, cadeiras e teclados ergonômicos.

teclado-ergonomico
Exemplo de teclado ergonômico

Atualmente o maior desafio da ergonomia é adaptar as tecnologias cada vez mais, tanto para softwares e hardwares, trazendo a usabilidade como foco para aumentar a eficiência, reduzindo ações desnecessárias de sistemas, e para reduzir doenças ocupacionais, adaptando os equipamentos para trazerem mais conforto ao empregado durante seu uso.

A NR 17 e a Ergonomia no Trabalho

Em 1978, surgiu a Norma Regulamentadora Nº 17 (NR 17) do Ministério do Trabalho e Emprego, que aprovou as normas regulamentadoras do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho.

A NR 17 regulamenta a ergonomia no ambiente de trabalho e visa o conforto, a diminuição de lesões e o aumento da produtividade dentro das empresas.

Observa-se que a NR 17 é uma norma básica na indústria, já que a maioria das doenças de trabalho são desenvolvidas a partir da exposição dos trabalhadores ao risco ergonômico. Como exemplos podemos citar os trabalhos realizados em pé durante toda a jornada, tarefas que necessitam de movimentos repetitivos e levantamento de cargas.

Fique atento com o desconforto do trabalhador em seu ambiente de trabalho, além de causar danos à saúde, gera também baixa produtividade para a empresa. Portanto, não cumprir o determinado na NR 17 não é vantajoso para nenhuma das partes, empregado e empregador saem perdendo.

Fique Atento as Consequências do Descumprimento da NR 17

O não cumprimento da NR 17 pelos trabalhadores e pelas empresas pode acarretar em várias consequências.

Descumprimento pela empresa

Caso seja constatada alguma irregularidade durante a fiscalização, a empresa será notificada e será estipulado um prazo de até 60 dias para que se realizem as correções. Após o prazo estabelecido na notificação, será realizada nova fiscalização. Se houver a continuidade das irregularidades aplica-se uma multa e a empresa poderá responder processo perante a Justiça do Trabalho.

Descumprimento pelo trabalhador

Se o trabalhador se recusa, de forma injustificada, a cumprir a NR 17, fica caracterizado ato faltoso e ele poderá sofrer as penalidades previstas em lei, podendo até ser demitido por justa causa.

Inicie com o Treinamento para Melhorar a Ergonomia no Trabalho

É extremamente importante que as empresas deem atenção à aplicação da ergonomia no ambiente de trabalho, a fim de se evitar futuros problemas. O primeiro passo é introduzir um programa de treinamento com vários métodos de intervenções (palestras, vídeos, panfletos, instrução programada etc.) que promovam uma Cultura de Segurança do Trabalho e demonstrem a preocupação com a qualidade de vida do trabalhador.

Referência

D’AMBROSIO ALFANO; F.R.; PALELLA, B.I.; RICCIO, G., Thermal Enviroment Assessment Reliability Using Temperature – Humidity Indices. Industrial Health, v.49, p.95-106, 2011. [Google Scholar] [CrossRef] [Green Version]

infográfico cultura de segurança