Acidentes do Trabalho no Transporte Rodoviário de Carga

Acidente no trabalho - Transporte rodoviário

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No Brasil, mais de 60% de tudo que se produz e consome é transportado por caminhões nas rodovias. Em alguns casos, como no transporte de carnes, leite, frutas e verduras, itens essenciais para a alimentação do brasileiro, 100% da produção é escoada pelo modal rodoviário. Por isso, nosso post de hoje, destaca os acidentes do trabalho no transporte rodoviário de carga.

Acidentes do Trabalho envolvendo Transporte Rodoviário de Carga

Apesar de não haver estatísticas oficiais sobre o número de motoristas de caminhão, associações brasileiras trabalham com uma estimativa de que haja mais de 1,5 milhão de motoristas que trabalham em diferentes tipos de transportador (semireboque, caminhão bitrem, rodocaçamba, tanque, baú, entre outros) que circulam todos os dias do ano nas rodovias do país.

É uma frota de transporte de carga por rodovia que move a economia do Brasil e gera um faturamento bruto médio anual de R$ 200 bilhões  por ano.

Apesar do números demonstrar a importância do setor ainda existem inúmeras barreiras enfrentadas nas rodovias como, por exemplo, falta de infra-estrutura logística, a insegurança, isto é, exposição a assaltos ou roubo de cargas, e acidentes rodoviários.

É um setor fortemente influenciado pela instabilidade política e econômica como, por exemplo, em 2018, no Brasil,  a greve ocorrida em maio de 2018, em que, protestando contra o preço do diesel.

Os motoristas decidiram interromper seu trabalho por cerca de 10 dias, e o país ficou paralisado, sem combustível nos postos, alimentos nos supermercados e diversos outros problemas que todos nós ainda lembramos bem, gerando um prejuízo de R$ 15,9 bilhões à economia.

Outro problema bastante crítico enfrentado pelos profissionais são as rodovias inadequadas, pois expõe os motoristas ao risco de acidentes e ao risco físico.

Além disso, aumentam os custos operacionais do transporte de carga em 26,7%, visto que a deficiência da rodovia leva a aumentar o número de manutenções, o consumo de combustíveis, lubrificantes, pneus e freios.

A Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) inclui o Transporte Rodoviário de Carga (Grupo 49.30) na Seção H que agrupa as industriais que atuam no Transporte, Armazenagem e Correios.

Esse critério utilizado para analisar os impactos desta atividade na área de Segurança e Saúde do Trabalho.

Crescimento das estatísticas envolvendo acidentes e Transporte Rodoviário de Carga 

No período de 2016 a 2017, foram registrados mais de 71 mil acidentes de trabalho e 2.454 vidas perdidas com o uso do Veículo Rodoviário Motorizado, o que gera uma frequência de um acidente de trabalho a cada 21,9s e a morte de um trabalhador a cada 14,41 horas.

Em 2017, o setor de transportes rodoviários de cargas ocupa o 1º lugar em quantidade de óbitos, representando 54% do total de acidentes do trabalho fatais no Brasil, 2.096, conforme dados disponíveis no Anuário Estatístico da Previdência Social, 2017.

Radar dos Acidentes de trabalho

O transporte terrestre realizado com o veículo rodoviário motorizado no período de três anos (2015 – 2017), registrou um crescimento de  mais de 63% na quantidade de mortes por acidentes de trabalho, 698 e 1139 óbitos registrados, em 2015 e 2017, respectivamente, conforme estatísticas disponibilizadas no Observatório Digital de Segurança e Saúde do Trabalho.

Especificamente, observa-se no Anuário Estatístico da Previdência Social (2017), que o Transporte Rodoviário de Carga (CNAE 2.0 H 49.30-2) é responsável por 55%, em média por ano, pelo número de acidentes de trabalho registrado no mesmo período nas estatísticas de veículos rodoviários motorizados que sofrem acidentes.

Também observa-se que os afastamentos de homens por acidente de trabalho é bastante superior ao das mulheres, isto é, a cada 18 afastamentos um é de mulher, realidade que coincide com a participação maior do homem no ambiente de trabalho das transportadoras do país.

Para reduzir as estatísticas e melhorar as condições de trabalho, em março de 2015, a Lei n° 13.103, foi publicada e regulamentou a profissão de motoristas de cargas e passageiros. O objetivo é disciplinar a jornada de trabalho e o tempo de direção do motorista profissional.

Importância da Saúde Mental dos motoristas

Uma das ações tomadas pelas empresas e acompanhada nas inspeções de trabalho é a utilização de sistemas de rastreamento de veículos como instrumento de controle e identificação da jornada e descansos realizados pelos motoristas.

Ainda, o controle de exames toxicológicos e treinamentos específicos para o transportes de produtos perigosos são exigidos e devem ser monitorados pelos profissionais da área da Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional.  

Para o transporte coletivo de passageiros é comum cada vez mais observar o uso de sistemas de bilhetagem eletrônica como mecanismo de apoio aos motoristas ou cobradores, visando reduzir transtornos mentais relacionados ao trabalho e esforços repetitivos durante a jornada de trabalho.

A próxima reportagem traz uma série de Recomendações Para o Transporte Rodoviário e saí na próxima semana. É destacado um conjunto de ações preventivas para promover ações preventivas com o trabalhador, veículo e transporte de carga.

A Cultura de Segurança do Trabalho e uma Educação no trânsito são mecanismos efetivos para reduzir os impactos nas nossas rodovias.

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