A Importância do Calendário de Vacinação para a Saúde Ocupacional

capa calendário vacinação

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O Calendário de Vacinação é um cronograma de vacinas que a população do Brasil ou Grupos Alvo divididos por idade (Crianças, Adolescentes, Adultos, Idoso e Gestantes) deve receber durante o ano civil. No Calendário de Vacinação são previstas vacinas para proteger contra formas graves de tuberculoses, Hepatite B, Rotavírus, HPV, Varicela, entre outras infecções.

Em 2021, existe o Calendário de Vacinação específico com a COVID-19 que também vem provocando impactos na Saúde Ocupacional. Neste caso, está prevista a oferta da vacina que prioriza inicialmente grupos de trabalhadores relacionados com a saúde, segurança da população, educação, transporte, portos e indústrias.

No Brasil, a Campanha Nacional de Vacinação contra a COVID-19 iniciou no dia 18 de janeiro de 2021 e os grupos prioritários ou população alvo para a vacinação totalizam 77.279.644 pessoas, que representam 48,9% da população vacinável, estimada em cerca de 160 milhões de brasileiros. No Plano Nacional de Imunização (PNI) é destacado que a vacinação deve seguir um calendário específico e deve ser realizada por faixas etárias com intervalos que podem ser reduzidos por Estados e municípios, conforme, a disponibilidade da vacina.

A projeção dos indicadores relacionados ao calendário de vacinação indicam que ainda estamos a uma velocidade muito lenta de aplicação dos imunizantes quando comparados com outros países. Para se ter uma ideia no dia 28 de junho havíamos aplicado apenas a 1a. dose em cerca de 33,5% da população e só apenas 12,04% (25,6 milhões) de pessoas estavam completamente imunizadas com a 2a. dose, isso considerado o total da população do país, cerca de 212,5 milhões de brasileiros.

O ritmo de vacinação da população está relacionado diretamente com a redução das taxas de contaminação e mortes decorrentes da COVID-19, desde que a população continue com os cuidados de higienização, uso da máscara e distanciamento social. As estatísticas de países como, por exemplo, os Estados Unidos, Alemanha, Canada, França, Reino Unido e inclusive a Índia indicam a redução rápida das taxas de mortes a medida que a vacinação avança. No Brasil, essa correlação ainda é fraca e demonstra que ainda precisamos aumentar as nossas campanhas de incentivo dos trabalhadores para participar do Calendário de Vacinação e reforçar as medidas preventivas contra o COVID-19.

O Calendário de Vacinação para a Saúde Ocupacional contra o COVID-19 é importante porque imuniza o trabalhador e cria uma expectativa positiva para o processo de retomada das atividades econômicas, principalmente, as mais afetadas pela pandemia como, por exemplo, o turismo, comércio, serviços, transportes, saúde, restaurantes, hoteleira, etc., gerando oportunidades de novas contratações e demandas de serviços relacionados com a prevenção e proteção da saúde e segurança dos trabalhadores.

Para reforçar a importância do Calendário de Vacinação, principalmente, contra o COVID-19 preparamos um blog com as principais informações que os profissionais da área de Segurança e Saúde do Trabalho (SST) podem usar para promover a Saúde Ocupacional nos diferentes locais de trabalho, por exemplo, ações de comunicação com os trabalhadores podem ser realizadas no Diálogo Diário de Segurança (DDS) ou da Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (SIPAT).

Ritmo de Vacinação de Trabalhadores

O Calendário de Vacinação é uma ação que apresenta impactos positivos na prevenção e controle de doenças imunopreveníveis que reflete na qualidade e expectativa de vida de toda a população. Para o caso dos trabalhadores isto significa também estar em um ambiente de trabalho mais seguro e saudável, reduzindo a probabilidade de contaminação pelo COVID-19.

Entre a população alvo do Calendário de Vacinação estão os trabalhadores de diferentes setores econômicos considerados prioritários como, por exemplo, os trabalhadores da saúde, do ensino básico e superior, forças de segurança e salvamento, forças armadas, penitenciários, trabalhadores de transporte de passageiros, metroviário e ferroviário, aéreo, rodoviário (caminhoneiros) e aquaviário, portuários e industriais, grupos que totalizam cerca de 18,7 milhões de pessoas. A quantidade total de pessoas relacionadas aos grupos prioritários podem aumentar ao inserir trabalhadores que fazem parte de outros grupos também considerados prioritários no PNI.

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No 25° Informe Técnico publicado pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, em 23 de junho, é apresentada a evolução de acesso dos grupos prioritários ao Calendário de Vacinação da COVID-19, no Brasil. Observa-se que todos os grupos prioritários foram atendidos exceto as forças de segurança e salvamento e forças armadas (57,6%) e os trabalhadores de transporte coletivo rodoviário (30%). Esses índices podem variar conforme o Estado e Munícipio, em alguns inclusive já foi iniciada a vacinação para a população geral.

Evolução de Acesso dos Grupos Prioritários à Vacina COVID-19 – Fonte: CONASEMS (2021).

Para garantir um processo contínuo de vacinação foram estabelecidos diferentes critérios por etapas dentro dos grupos prioritários, principalmente, porque o Brasil retardou a compra de vacinas ofertadas por grandes laboratórios. É uma escassez de vacinas ou doses de vacinas que obriga a adotar uma estratégia de chamamento de grupos específicos nos municípios e Estados. Para saber mais sobre o Calendário de Vacinação do seu município e Estado será necessários acessar e acompanhar as publicações das Secretarias da Saúde, mais informações no Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS).

A irregularidade ou variação no processo de vacinação é observada pelo índice médio de doses de vacinas administradas a cada 100 pessoas, que no dia 27 de junho, no Brasil é de 0,66, abaixo de países como a China com 1,55, Alemanha com 0,93 e Itália que vem aplicando 0,90 doses a cada 100 pessoas, conforme a média dos últimos 7 dias.

O 25° Informe Técnico também destaca que nas próximas etapas de vacinação serão incorporadas as vacinas da Sinovac/Butantan, AstraZeneca/FioCruz, Pfizer/Comirnaty, a vacina ofertada pela Johnson & Johnson – Vacina Janssen Covid-19 (recombinante), com autorização temporária para uso emergencial concedido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). E, existe uma projeção de entregas de vacinas de aproximadamente 7 milhões, número ainda inferior quando comparado com a demanda da população.

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Vacinação dos Trabalhadores da Indústria

Para a vacinação dos trabalhadores da indústria no PNI é recomendado iniciar pelos “profissionais mais expostos, caracterizando-se pelos que desenvolvem suas atividades na linha de transformação/fabricação em ambientes internos com aglomeração em que há dificuldades de manter o distanciamento entre os funcionários, dando preferência às faixas de idade mais velhas (50 a 59 anos; 40 a 49 anos; 30 a 39 anos e; 18 a 29 anos respectivamente). Posteriormente os funcionários em atividades internas de outros setores do seguimento.”.

É uma recomendação que deve ser adotada pela Secretaria da Saúde do município e, neste caso, os profissionais da SST podem repassar o Calendário de Vacinação para todos os trabalhadores do estabelecimento. Fique atento porque em função do quantitativo limitado de doses ofertados para a população os chamamentos dos grupos prioritários pode sofrer alterações como, por exemplo, uma suspensão por falta de doses ou antecipação por falta de interessados na vacinação.

Para qualquer pessoa ou trabalhador “a vacinação é a forma mais eficaz e segura de adquirir proteção contra uma doença infecciosa. A vacinação elimina ou reduz drasticamente o risco de adoecimento ou de manifestações graves, que podem levar à internação e até mesmo ao óbito.”, conforme afirma a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM). A SBIM também ressalta que:

– a vacinação é tão importante para sua saúde quanto o consumo de uma dieta saudável e a prática de atividade física;

– estar vacinado(a) pode significar a diferença entre estar vivo(a) e saudável ou gravemente enfermo(a) ou com sequelas deixadas por doenças imunopreveníveis;

– as vacinas estão entre os produtos farmacêuticos mais seguros que existem;

– a proteção gerada pelas vacinas decorre da capacidade que elas têm de induzir nosso sistema de defesa a produzir imunidade, seja por meio da ação de células ou de anticorpos específicos;

– no caso das vacinas contra a COVID-19 produzidas pelo Instituto Butantan/Sinovac (Coronavac) e pela Fiocruz/Universidade de Oxford/AstraZeneca a quantidade de anticorpos suficiente contra a doença é obtida por volta de 15 dias após a segunda dose.

A ciência continua buscando as respostas sobre o COVID-19 e fornecendo dados para entender melhor as vacinas contra a doença provocada pelo coronavírus. Enquanto a transmissão do vírus entre as pessoas não for eliminada devemos manter todas as medidas preventivas de higiene das mãos com água e sabão ou álcool em gel 70%, o uso regular e correto de máscara e o distanciamento social.

Evite a contaminação dos seus trabalhadores. O impacto do COVID-19 nas pessoas pode se prolongar por muito tempo! Veja como cuidar de pacientes com a “condição pós-covid” ou “síndrome pós-covid” que apresentam sintomas prolongados da doença ou que perdem movimentos após longos períodos de intubação e internação!

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