No final de 2021, com o recuo dos índices da pandemia da COVID-19 e a redução de casos, justificados, principalmente, pelos índices de vacinação do Brasil, a flexibilização das medidas de restrição foi inevitável. O resultado desse comportamento gerou no início de 2022 um novo crescimento do número de casos de COVID, devido a uma nova variante, a omicron.
O painel de monitoramento da Organização Mundial da Saúde (OMS) demonstra que até o dia 03 de fevereiro de 2022 acumulávamos mais de 25 milhões de casos confirmados e, infelizmente, mais de 628 mil mortes causadas pela COVID-19. Entre as principais justificativas para essa situação estão a falta de medidas preventivas, aglomerações sociais e fakenews sobre a doença e contra a campanha de vacinação de adultos e crianças.
Associado a índices da COVID-19 também temos o surgimento e crescimento do número de casos pelo vírus de influenza, conhecida popularmente como gripe. A gripe influenza gerou no último trimestre de 2021 surtos regionais pelo país e foi impulsionada por uma nova cepa do subtipo A (H3N2), batizada de Darwin, conforme declarado pelo Ministério da Saúde.
Observa-se que pelo fato da COVID-19 e a influenza serem vírus respiratórios, a prevenção contra as doenças ocorre da mesma forma, ou seja, com distanciamento físico entre as pessoas, o uso de máscara, ventilação dos ambientes ou locais de trabalho e a higiene das mãos.
Para reduzir os impactos da nova variante da COVID-19, Ômicron, e a onda de contaminação do vírus da gripe é necessário novamente aumentar os cuidados nos ambientes de trabalho e reforçar as medidas restritivas. Aumentar as práticas de higienização e segurança nos ambientes de trabalho são fundamentais para reduzir essa onda de contaminação de ambas as doenças, contaminações essas que acabam acarretando novos afastamento de colaboradores de suas atividades laborais.
Mas o que fazer para evitar a contaminação no ambiente de trabalho? E o que fazer em caso de trabalhadores contaminados e afastados? É sobre isso que vamos discorrer no artigo, a seguir.
Ômicron e Influenza
Nesses últimos tempos ouvimos falar bastante sobre essas doenças respiratórias, mas quais são os principais efeitos e características das duas doenças?
A Ômicron, é uma nova variante do vírus Sars-Cov 19, o causador da COVID, os vírus são formas de vida que sofrem mutações com muita facilidade, sempre com o objetivo de infectar mais e driblar os sistemas imunológicos.
A Ômicron, identificada na África do Sul, por exemplo, chamou muito a atenção por trazer diversas mutações em partes importantes de sua estrutura, como a espícula. Essa parte é responsável por se conectar com o receptor das células humanas e dar início à infecção, o que acabou a tornando uma variante muito mais contagiosa que as demais.
Já a Influenza, ou gripe, é uma doença viral aguda do aparelho respiratório, que provoca febre, tosse, dor de garganta, dores no corpo e mal estar. Geralmente benigna e autolimitada, pode em alguns casos apresentar complicações, levando à internação hospitalar e até mesmo ao óbito em casos extremos.
É um resfriado facilmente transmitido entre pessoas por meio de gotículas liberadas no ar quando a pessoa gripada tosse ou espirra. Os sintomas da gripe Influenza são febre alta no início do contágio, inflamação na garganta, calafrios, perda de apetite, irritação nos olhos, vômito, dores articulares, tosse, mal-estar e diarreia, principalmente, em crianças.
Durante o período de incubação ou em casos de infecções assintomáticas, uma pessoa também pode transmitir a doença. O período de transmissão do vírus em crianças é de até 14 dias, enquanto nos adultos é de até sete dias. A doença pode começar a ser transmitida até um dia antes do início do surgimento dos sintomas. E, o período de maior risco de contágio é quando há sintomas, sobretudo febre, conforme divulgado pelo Ministério da Saúde.
Qual a diferença?
Especialistas destacam que as principais diferenças entre os sintomas da Influenza e da Ômicron estão relacionadas à evolução do quadro. A Influenza é mais súbita, nos primeiros dois dias já existe febre alta e dores no corpo, com a melhora vindo progressivamente.
Já a nova variante da Covid, tem seu quadro evoluindo progressivamente, começando com sintomas leves, febre baixa, poucas dores e piorando progressivamente, tendo seus casos graves, mais de 5 dias após o início dos sintomas, com problemas como falta de ar e baixa saturação de oxigênio.
Quando comparado com a COVID-19 a influenza tem mais chances de evoluir para casos graves em grupos de risco como, por exemplo, crianças, idosos, gestantes e indivíduos com comorbidades.
A propagação do vírus pode ter relação com a baixa cobertura vacinal contra a gripe e com a flexibilização das medidas de restrição e prevenção adotadas contra a COVID-19. Portanto, precisamos redobrar os cuidados para frear o aumento progressivo que vem sendo registrado por ambas doenças.
Trabalhadores infectados podem apresentar atestado?
Covid-19 (Ômicron)
Pode e deve, para evitar a disseminação do vírus, quando o trabalhador apresentar qualquer sintoma (sintomas de gripe e COVID são iguais), o teste PCR de COVID-19 deve ser realizado para que se saiba se ele está ou não com o vírus. Destaca-se que enquanto o trabalhador aguarda o resultado do exame deve permanecer isolado e afastado do ambiente de trabalho.
Em caso de resultado positivo para o teste, o trabalhador deve ser afastado por meio de atestado de 7 a 15 dias dependendo do seu caso.
Gripe (Influenza)
Como a maioria dos sintomas são iguais aos da COVID, o teste PCR deve ser feito antes de tudo, em caso de resultado negativo, o trabalhador deve procurar atendimento médico para que o médico analise clinicamente o caso, e de acordo com a situação, determine se o trabalhador deve ou não ser afastado de suas funções.
Protegendo o Ambiente de Trabalho
Evitar a transmissão no ambiente de trabalho é essencial, e a principal maneira de fazer isso, é, além de afastar trabalhadores com sintomas, adotar medidas de segurança em sua empresa, medidas estas que podem ser:
- Trocar a ventilação de ar-condicionado por mecanismos que troquem o ar do ambiente por ar limpo utilizando, por exemplo, exaustores e filtros de ar de alta eficiência e luzes ultravioletas germicidas;
- Evitar a superlotação ou concentração de pessoas, mantenha o distanciamento dentro do ambiente de trabalho;
- Adote procedimentos de abrir e manter portas e janelas para aumentar o fluxo ou a circulação do ar no ambiente de trabalho;
- Uso contínuo de máscara(de preferência PFF2 ou N95) pelos trabalhadores durante a jornada de trabalho;
- Identificar os casos suspeitos o mais rápido possível, testar e isolar todos os casos (pessoas infectadas) em locais apropriados;
- Praticar continuamente a higienização das mãos, o distanciamento físico, quando possível, e a etiqueta respiratória;
- Instalar dispenses de álcool em gel;
- Limpar frequentemente as superfícies que são tocadas por muitas pessoas.
Entramos em mais um ano ainda em pandemia, apesar da sensação de que estava chegando ao fim, ainda devemos manter os cuidados de distanciamento social, evitar aglomerações, uso de máscaras, higiene constante das mãos e etiqueta respiratória.
Os cuidados são simples, apenas com eles já conseguimos evitar a propagação da Ômicron e Influenza, portanto, cuidem-se e cuidem dos outros, e reforçando, tomem a vacina, ela é a nossa principal aliada contra o vírus.