Ganhando cada vez mais espaço e notoriedade na Saúde e Segurança do Trabalho (SST), a sigla ESG (Environmental, Social, and Governance), também conhecida como sustentabilidade, vem se popularizando no mundo corporativo desde bem antes, a partir dos anos 2000. Transitando por todas as áreas organizacionais e operacionais de uma empresa, encontra na SST um dos pilares para a execução da Responsabilidade Social Corporativa.
Mas afinal, o que significa ESG? Em resumo, ESG é uma sigla em inglês e se trata de fazer o que é certo para o meio ambiente, as pessoas e a governança corporativa — um conceito que vem transformando práticas socioambientais em valores essenciais para as empresas.
No caso da SST, a conexão direta com o “S” (Social) do ESG é evidente, mas expandindo o contexto e relacionando-o diretamente ao papel dos profissionais de segurança e saúde no trabalho, encontramos pontos que reforçam a necessidade de pôr em prática as diretrizes de todas as letras dessa sigla:
- Ambiental: Para a SST, o aspecto ambiental envolve práticas seguras de descarte de resíduos, controle de emissões e monitoramento de riscos que possam impactar tanto o meio ambiente quanto a saúde dos colaboradores. Profissionais de SST, ao adotarem práticas sustentáveis no ambiente de trabalho, contribuem para a preservação ambiental, promovendo o uso consciente de recursos, o que inclui reduzir desperdícios e implementar ações que diminuam o impacto ambiental das operações. Ações como a revisão periódica de sistemas de ventilação e controle de partículas ajudam a ilustrar o impacto direto da sustentabilidade na SST.
- Social: Esse aspecto abrange direitos trabalhistas, equidade de gênero, combate à fome e melhores condições de trabalho. No âmbito da SST, o foco é proporcionar ambientes seguros, saudáveis e inclusivos, onde direitos como proteção e dignidade dos trabalhadores estejam garantidos. Os profissionais de segurança têm um papel essencial ao implementar e monitorar políticas que priorizam a segurança e o bem-estar físico e mental dos colaboradores.
- Governança: No contexto de SST, a governança envolve a criação de processos e normas que assegurem transparência, ética e conformidade com a legislação de saúde e segurança. Isso inclui desde o cumprimento de normas regulamentadoras até a implementação de canais que facilitem a comunicação de problemas ou riscos de segurança. Profissionais de SST são fundamentais na gestão de governança, pois asseguram que as práticas de SST estejam alinhadas com os padrões éticos e regulamentares. Ao promover essa governança robusta, as empresas asseguram que suas práticas de SST reforçam um compromisso autêntico com o ESG.
ESG e seu Impacto nas Empresas
Dados recentes da Amcham e da Humanizadas mostram que as empresas estão cada vez mais focadas em práticas que promovam o bem-estar social, o que se alinha diretamente com os princípios do ESG, especialmente no aspecto “Social”. Mais da metade das empresas participantes do estudo revelaram que buscam capacitar e desenvolver seus colaboradores (65%), estabelecer uma cultura de diversidade, equidade e inclusão (61%), além de gerar empregos e renda para a economia local (54%).
Práticas de impacto social implementadas entre 2023 e 2024
Antonio Iurko Neto, coordenador de Saúde Ocupacional e Promoção da Saúde do Sesi Paraná, destaca que empresas comprometidas com a responsabilidade social investem na proteção e no bem-estar dos colaboradores. “Essas empresas buscam garantir aos seus funcionários o melhor atendimento possível, de modo a evitar doenças ou acidentes de trabalho”, explica Iurko. Esse compromisso social é cada vez mais exigido, especialmente por grandes clientes e investidores internacionais, que priorizam fornecedores alinhados ao ESG. Ou seja, investir em práticas sustentáveis já não é apenas uma tendência, mas uma necessidade estratégica para empresas que desejam se manter competitivas e alinhadas com o futuro.
Enquanto empresários e gestores de empresas de todos os portes percebem a crescente demanda dos clientes em relação ao ESG e buscam atender a essas expectativas, muitos ainda subestimam a relevância da segurança do trabalho dentro de suas metas organizacionais. Eduardo Machado Homem destaca que, ao ignorar a SST, várias empresas acabam usando o termo ESG como um recurso de marketing e relações públicas, em vez de investir em ações eficazes para reduzir seus reais impactos na sociedade.
A segurança do trabalho é um componente essencial para qualquer empresa que pretenda levar a sério seu compromisso com o ESG. Incorporar práticas robustas de SST não apenas fortalece a imagem da empresa, mas demonstra uma postura ética e responsável, que realmente agrega valor à sociedade e ao bem-estar dos colaboradores. Integrar SST ao ESG é um investimento no futuro e uma forma de construir relações duradouras e confiáveis no mercado.