Como Colocar em Prática a Segurança e Saúde na Volta as Aulas?

capa volta as aulas

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A volta as aulas é uma decisão que traz a tona diversas preocupações para os pais, professores, funcionários e diretores da escola, principalmente, porque está em jogo o próprio aprendizado das crianças e a saúde e segurança das crianças e das famílias. É uma decisão mais difícil e complexa de tomar quando começamos a analisar a tendência dos índices relacionados com a COVID-19 no Brasil.

Uma escola fechada e sem condições de reabrir aumenta os impactos sociais e educacionais que as crianças já passam no país quando falta um ambiente escolar, principalmente, aquelas que fazem parte das comunidades mais expostas e carentes.

Por outro lado é possível se preparar para a volta as aulas de uma forma segura a medida que a vacinação avança nos municípios. Um planejamento de abertura ou reabertura das escolas associado com a implantação das práticas de segurança e saúde na volta as aulas permite tomar uma decisão mais segura.

Pela tamanho do desafio podemos afirmar que estamos entre a “cruz e a espada” ou ainda estamos em uma situação que “se ficar o bicho pega e se correr o bicho come”!

Para poder agir e garantir a saúde e segurança de todos, principalmente, das crianças ou estudantes, preparamos um blog que destaca uma série de princípios para analisar a volta as aulas e citamos um conjunto de práticas que podemos inserir nas escolas para uma volta as aulas mais segura!

Princípios para a Volta as Aulas

Para que a escola seja preparada para receber os alunos, professores e todos os demais profissionais envolvidos é necessário que os gestores institucionais, tais como, prefeitos, governadores, secretários da saúde, diretores da regional, entre outros, inicialmente elaborem um planejamento da volta as aulas e direcionem quem, onde, como e quais escolas devem reabrir.

Para a reabertura das escola a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda inicialmente analisar a intensidade da taxa de transmissão do vírus COVID-19 registrada no município. A taxa de transmissão pode ser classificada da seguinte forma:

  • Nenhum Caso: uma área geográfica sem casos detectados localmente. Isto é, nenhum caso está confirmado por laboratório em uma área monitorada. É um situação que permite a reabertura de todas as escolas com medidas de prevenção contra o COVID-19.
  • Transmissão Esporádica: área que apresenta um ou mais casos, importados ou localmente. Nesta situação, todas as escolas serão abertas ou reabertas quando implantar medidas de saúde pública efetivas como, por exemplo, vacinação, distanciamento social e uso de máscaras. Além disso, é uma área na qual é possível manter controlada a taxa de transmissão da população e existe uma disponibilidade adequada de leitos hospitalares para todos os casos críticos que demandam internação por COVID-19.
  • Transmissão de Clusters: Uma área que experimenta casos agrupados no tempo, localização geográfica limitada e / ou por exposições comuns. Nessa situação, uma parte das escolas permanecerá aberta, implantando medidas de prevenção e controle mais rígidas contra o COVID-19 e existem medidas de saúde pública efetivas. As autoridades podem considerar o fechamento de escolas como parte de um plano de medidas preventivas mais amplo nas áreas que experimentam uma expansão no número de clusters que incluem escolas.
  • Transmissão Comunitária: Uma área experimentando índices elevados de transmissão local definidos por uma avaliação de fatores como, por exemplo, o grande número de casos que não podem ser ligados as cadeias de transmissão, o grande número de casos confirmados e diferentes clusters não relacionados em várias áreas. Neste caso, qualquer escola que decida se manter aberta deve intensificar todas as medidas de prevenção e controle de contaminação do COVID-19.

É fundamental que na equipe responsável pelo planejamento da volta as aulas no âmbito local participem profissionais da área de Segurança e Saúde do Trabalho (SST). São profissionais que podem inserir práticas de segurança e saúde no ambiente escolar que irão prevenir e controlar situações de riscos como, por exemplo, a exposição dos professores e alunos ao risco biológico, especificamente, o COVID-19.

O retorno as aulas deve ser estabelecido com procedimentos rígidos de controle das taxas de transmissão, monitoramento dos casos registrados no município e adotando práticas básicas recomendadas pela UNICEF, OMS e +CIFRC:

  • Estudantes, professores e outros funcionários da escola com sintomas não devem frequenter a escola;
  • As escolas devem assegurar a limpeza das mãos com água e sabão, álcool gel. E, no mínimo, deve ser estabelecido um processo de desinfecção diária dos ambiente de sala de aula, refeitórios, banheiros, sala de professores e limpeza das superfícies da escola;
  • As escolas devem fornecer água de forma individual para os estudantes, a higienização dos locais de circulação, adotar procedimentos de limpeza após o uso e descontaminação ambiental das salas de aula;
  • As escolas devem garantir o distanciamento social em todos seus ambientes e adotar procedimentos para receber e encerrar as atividades diárias dos estudantes.

Para oferecer uma sala de aula segura é necessário também que as escolas adotem os protocolos estabelecidos pelas Secretarias de Saúde e Educação dos municípios e sigam todas as recomendações propostas por órgãos internacionais da Saúde.

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Nas regiões mais críticas é necessário analisar as tendências e intensidade da transmissão do vírus. Além disso, as autoridades locais podem considerar o fechamento de escolas, particularmente em áreas com tendências crescentes de casos COVID-19, hospitalizações por COVID-19 e Mortes por COVID-19.

Praticando a Segurança e Saúde na Volta as Aulas

A capacidade das escolas para implementar as medidas recomendadas deve ser considerada nas decisões relativas a abertura ou reabertura das escolas em todos os cenários de transmissão. As principais medidas recomendadas a serem tomadas para ajudar a garantir a segurança dos estudantes e funcionários da escola são divididas em diferentes níveis e envolvem toda a comunidade onde a escola está inserida (OMS).

Para o nível comunitário são recomendas medidas amplas que garantem a volta as aulas, tais como, o diagnóstico precoce de casos suspeitos, teste de casos suspeitos, identificar e rastrear contatos e monitorar casos em quarentena. Além disso, a investigação de clusters para implementar e comunicar medidas específicas que limitam encontros e reduzem a mobilidade da população.

É fundamental que sejam mantidas as medidas de distanciamento físico de pelo menos 1 metro, a prática de higiene das mãos, o uso de máscaras adequadas para a idade quando o distanciamento físico não pode ser alcançado e combater informações incorretas e enganosas que circulam na comunidade. Também é necessário a proteção de grupos vulneráveis, oferecer um transporte público seguro, incluindo a organização de “ônibus que transportam pessoa de pé” e ciclovias seguras.

As práticas de segurança e saúde na volta as aulas devem ser mais incentivadas no nível da escola e envolvem a definição de políticas administrativas para atendimento e entrada dos estudantes; manutenção de pequenos grupos de alunos e professores que não se misturam, também chamados de bolha, cápsula ou círculo. É necessário elaborar um plano escalonando o início das aulas, intervalos, banheiro, refeições e horários de término; presença física alternativa (por exemplo, dias alternados, turnos alternados).

É necessária uma reorganização do espaço físico ou seu uso e identificar a entrada, a direção de caminhada, as instalações para lavagem das mãos, ambientes da escola. Adotar uma rotina de limpeza frequente de superfícies e objetos compartilhados, garantir a ventilação adequada e apropriada das salas de aula, dando prioridade a ventilação externa e troca do ar, abrindo janelas e portas. E quando viável realizar as atividades em um ambiente externo.

No retorno as aulas deve ser incentivado o uso de máscaras apropriadas para a idade. A escola deve incluir e garantir a disponibilidade de máscaras, a triagem de sintomas por pais e professores, testes e isolamento de casos suspeitos. É necessária a reorganização do transporte escolar e horários de chegada / partida, criação de canais de comunicação e mecanismos de feedback com pais, alunos e professores.

Neste período de pandemia também a escola deve oferecer serviços essenciais de apoio a saúde mental e psicossocial, programas de alimentação escolar e nutrição, imunização e outros serviços relacionados com a saúde mental e física de alunos, professores e demais profissionais.

No nível da sala de aula deve existir um distanciamento físico apropriado, o uso permanente de máscaras, a higiene frequente das mãos e a etiqueta respiratória. Além disso, os responsáveis devem estabelecer procedimentos para a limpeza e desinfecção, ventilação adequada e espaçamento de mesas e formação de grupos de crianças.

Nas situações nas quais essas medidas não sejam eficientes é necessário uma paralisação das atividades presenciais e elaborar um novo planejamento e novos procedimentos para garantir a saúde de todos.

infográfico cultura de segurança