Foi-se o tempo em que fazer o monitoramento de imagens em uma empresa, shopping, estacionamento, banco, aeroporto, hospitais ou espaços com grande circulação de pessoas era colocar um profissional acompanhando as imagens e espalhar uma rede de câmeras pela propriedade.
Observa-se cada vez mais um interesse em usar Redes Neurais Profundas, conhecidas como Deep Learning ou algoritmos que emulam o funcionamento do cérebro e sua aptidão natural de “aprender”, generalizar ou extrair regras automaticamente, inovações relacionadas com a Inteligência Artificial.
Os avanços tecnológicos que caracterizam o estado da arte quando se pensa em Inteligência Artificial (IA) são, por exemplo, os algoritmos empregados no Facebook e pelo Google, monitorar o trânsito de uma rodovia, medir a temperatura de pessoas, acessar locais, etc.
Na Segurança e Saúde do Trabalho (SST) se observa também o uso de tecnologias inteligentes para reduzir os acidentes de trabalho, as lesões e agravos à saúde do trabalhador e, principalmente, tornar um ambiente mais seguro e saúdavel.
A IA aparece como uma das principais opções para aumentar a performance da SST nas empresas, oferecendo vantagens como o baixo custo de manutenção, monitoramento em tempo-real e o alto grau de confiança de algoritmos treinados para exercer funções específicas.
Outra característica da IA é o potencial de identificar padrões em dados armazenados como, por exemplo, sobre a saúde dos trabalhadores, acidentes de trabalho, imagens de câmeras, níveis de exposição a ruído, vibrações, poeiras, etc.
Os banco de dados permitem treinar algoritmos poderosos, capazes de predizer e, consequentemente inibir, a probabilidade de acidentes. E, uma das principais oportunidades é, por exemplo, monitorar ambientes de trabalho em tempo-real no qual os trabalhadores estão expostos aos riscos ocupacionais ou estão deixando de praticar a SST.
Usar a IA na SST é uma maneira efetiva de estabelecer rotinas de avaliação e controle dos níveis de exposição dos trabalhadores aos riscos ocupacionais, através do monitoramento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e suas não conformidades 24 horas por dia, ou enquanto houver operação, emitindo alertas e notificações em tempo real caso necessário.
O posicionamento antecipado na automatização de processos com o uso da IA, por levar a uma maior assertividade, precisão na gestão de SST e economia de tempo, pode gerar novas oportunidades de negócios. No Brasil, este ainda é um mercado em exploração e aberto, sem a participação específica ou domínio de uma empresa da área de tecnologia para SST.
Para entender melhor como podemos identificar o uso de EPIs com a Inteligência Artificial e apresentar as inovações que o OnSafety está desenvolvendo e preparando para o mercado de SST, preparamos um blog sobre esse assunto, veja, a seguir!
Quais EPI’s podem ser detectados?
Todos os aspectos técnicos citados acima viabilizam o desenvolvimento conduzido pela Equipe do OnSafety, partindo-se da premissa de que no “contexto da operação” (ambiente de trabalho) significa dizer que os EPIs devem ser detectados se e somente se estiverem em situações corretas de uso, para não gerar falsos positivos.
Nesse intuito, estamos usando uma estratégia de modelagem de “classe e contraclasse”, conforme destacado na tabela que apresenta a lista dos EPI’s que o algoritmo está sendo treinado pelo nosso time de especialistas em IA.
EPI’s Usados no Algoritmo OnSafety |
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Protetor_concha |
Protetor_plug |
Capacete |
Mascara |
Respirador_semifacial |
Botina |
Colete |
Luva |
Oculos |
Cinto_seguranca |
O objetivo é que a rotulagem apropriada de imagens possa prover material suficiente para que a rede abstraia características irrelevantes na imagem, detendo-se em áreas de interesse do problema, para não detectar EPIs que não estejam em uso e artefatos que se assemelham a EPIs sem que o sejam.
Em outras palavras, o especialista “ensina” à rede neural sobre o que ela deve ou não detectar na imagem através de rótulos ou caixas delimitadoras. Por exemplo, é possível ensinar a partir de duas imagens com caixas delimitadoras, a primeira, com capacete (rosa) e com mascara (azul); e a outra sem capacete (verde) e sem protetor respiratório (laranja).
A nossa solução que tem a capacidade de detecção de máscaras, medidas de prevenção à COVID-19, sobretudo em locais fechados, pode ser utilizada em ambientes de trabalho como hospitais, aeroportos ou locais com esse tipo de controle dos trabalhadores. Outros exemplos também estão disponíveis no nosso canal do YouTube e veja como acontece a Detecção de EPIs em ambientes.
Usando a IA para Promover a SST
O domínio de tecnologias de IA viabiliza e melhora o processo de implantação de uma cultura de SST. É uma maneira efetiva de estabelecer rotinas de avaliação e controle dos níveis de exposição dos trabalhadores aos riscos ocupacionais e reduzir a probabilidade, gravidade e custos relacionados com os acidentes de trabalho.
Neste contexto, a Equipe OnSafety vem desenvolvendo uma solução inovadora, a qual utilizará técnicas de IA para a detecção de EPI’s e suas não conformidades, isto é, a detecção de uso e não uso de equipamentos, respectivamente, em ambientes de trabalho monitorados por câmeras.
O desenvolvimento da solução, que está prevista para ser lançada em 2023. É uma inovação tecnológica que é apoiada também financeiramente pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) – Processos N. 30443/2021-1 e Processo 424428/2021-0, recursos que permitem a integração de especialistas em Inteligência Computacional à Equipe OnSafety.